Texto I
Espalhados pelos canteiros da cidade, moradores de rua formam uma massa silenciosa e invisível – “um elemento da paisagem urbana do qual a sociedade se acostumou a desviar o olhar”.
Veja, 30 nov. 2005.
Texto II
Na invisibilidade que a grande maioria deles vive, alguns se destacam e surgem como personagens (escritores, detetive espacial, Lampião), criam um mundo paralelo, tornam-se visíveis e ocupam a mídia.
Segundo o Censo do Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe – 2003, é considerado morador de rua o segmento de baixíssima renda que, por contingência temporária ou de forma permanente, pernoita nos logradouros da cidade.
A área urbana da cidade de São Paulo é de aproximadamente 1 500 km2 . Abrigava em 2003 uma população de quase 10,7 milhões e, desses habitantes, 6 405 eram moradores de rua (2 834 viviam nas ruas e 3 571 pernoitavam em albergues). Ainda segundo a mesma pesquisa, predominavam pessoas do sexo masculino (83,60%), em idade ativa (18 a 55 anos, 70,06%) e residindo na rua há até um ano. Esses dados aumentaram em torno de 30% desde a última pesquisa feita em 2001 pelo mesmo instituto. Muitos desses moradores de rua não possuem família e muitos consomem álcool e drogas. O mais interessante apontado por essa pesquisa é que 20% desses moradores possuem nível superior.
Censo 2003 – Fipe.
Texto III
No meio (ilha) da av. Pedroso de Moraes, bairro nobre da cidade, mora Raimundo Arruda Sobrinho, 68 anos. Seu último jornal leu em junho de 1976, e ainda consegue se recordar dos donos do poder daquela época: os presidentes da França e dos Estados Unidos, do Brasil, o governador e o prefeito de São Paulo. Na cabeça, uma coroa de plástico – uma garrafa cortada ao meio com papelão e metais colados nela. O saco de lixo preto que atou com um nó no seu pescoço ele usa como capa. Passa seus dias escrevendo. Curvado, ele se dedica aos seus diários, pilhas de folhas soltas guardadas num caderno de papelão. Ao lado, as notas dos anos passados, atadas por um cordão e embrulhadas em sacos de plásticos transparentes. “O diário de uma mente escravizada” ele as chama e então lê: “Dormi bem, acordei cedo, o tempo está bom, falei com gente na rua…”
Thomas Milz. Disponível em: .
Texto IV
Na Radial Leste, uma das maiores avenidas de São Paulo, podemos encontrar o Luciano: com uma fita na cabeça segurando um osso na vertical de sua testa, o corpo revestido por saquinhos de plástico, remetendo quase que a uma espécie de traje espacial. Quando lhe perguntamos a respeito de seu estranho equipamento, ele diz que é feito para viajar: proteção antibombas, pois espera a nave que irá levá-lo para os Estados Unidos.
O traje de Luciano constitui uma espécie de aparelhagem corporal, como um equipamento de sobrevivência, num mundo onde as explosões ameaçam.
Os diversos pesos pendurados ao seu corpo dão a seus movimentos a lentidão dos gestos de um astronauta. Os saquinhos pendurados em seus braços e suas pernas estão recheados com cartelas da Mega Sena.
Texto adaptado para fins de vestibular. Disponível em: .
(PUC-SP) Você tem duas opções para fazer sua redação. Escolha uma delas e siga as orientações para elaborar o seu texto.
Opção 1 – Narração
Imagine a seguinte situação: um dia alguém (personagem criado por você) tem a oportunidade de conversar longamente com um destes moradores que estão aqui representados e resolve escrever a história da vida dele, expondo os motivos que o levaram a se isolar de tudo e de todos para viver num canto de uma rua qualquer. Crie um texto narrativo e dê a ele um final surpreendente. Dê um título ao seu texto.
Opção 2 – Dissertação
A partir das informações disponibilizadas aqui, construa um texto dissertativo procurando argumentos para tentar solucionar esse problema social: o morador de rua. Algumas autoridades defendem a chamada “operação limpeza”, outras preferem ações voltadas para a cidadania. Como você se posiciona? Crie um título adequado ao desenvolvimento que der ao tema.
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Resposta:
Na Radial Leste, uma das maiores avenidas de São Paulo, podemos encontrar o Luciano: com uma fita na cabeça segurando um osso na vertical de sua testa, o corpo revestido por saquinhos de plástico, remetendo quase que a uma espécie de traje espacial. Quando lhe perguntamos a respeito de seu estranho equipamento, ele diz que é feito para viajar: proteção antibombas, pois espera a nave que irá levá-lo para os Estados Unidos.
Explicação:
"resposta pessoal"
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