Texto I
[...] [Em São Paulo], o bonde 14, em 1961, era um bonde aberto, dos antigos, que nem as jardineiras da roça. Subia
a Consolação, entrava na Rua Maria Antônia e seguia adiante até o fim da Avenida Higienópolis. Naquele tempo, rico
ainda tomava bonde e pobre também, acotovelando-se uns nos outros. Os automóveis mal começavam a separar de
fato as classes sociais, isolando os ricos e a classe média. [...]. As ruas da capital paulista ainda tinham um cheiro
caipira de batata-doce assada.
O bonde 14
MARTINS, José. O bonde 14. Disponível em: .
Acesso em: 21 nov. 2012. Fragmento.
Vocabulário
jardineira: veículo adaptado, tipo de ônibus que se usou no interior do Brasil, aberto nos lados e com bancos dispostos
paralelamente, ocupando toda a largura do carro.
Texto II
Noturno
Luzes do Cambuci pelas noites de crime...
Calor!... [...]
E os bondes passam como um fogo de artifício,
sapateando nos trilhos,
ferindo um orifício na treva cor de cal...
– Batat’assat’ô furnn!...
ANDRADE, Mário de. Pauliceia desvairada. Vila Rica: Belo Horizonte, 1997. Fragmento.
Vocabulário
Cambuci: bairro de São Paulo
Sabendo que o poema de Mário de Andrade foi publicado em 1922, no livro Pauliceia desvairada, que tem como um
dos temas a cidade de São Paulo, e que o texto O bonde 14 é atual, é correto afirmar que:
a) os bondes de São Paulo são velozes no poema de Mário de Andrade (texto II) e comparados a jardineiras rústicas,
no texto de José Martins (texto I).
b) as batatas-doces assadas não fazem parte da paisagem de São Paulo, no poema de Mário de Andrade (texto II).
c) os dois textos criticam o atraso da cidade de São Paulo, que se mantém “caipira”, em muitos aspectos.
d) os textos I e II mostram como antigamente não havia separação de classes sociais, em São Paulo.
e) os bondes são comparados aos automóveis, nos dois textos, sendo considerados inferiores a eles.
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letra D) o texto 1 e2 mostram como antigamente nao havia separação de classe sociais, em São Paulo
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