TEXTO I
Canto Primeiro
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;
[...] (CAMÕES, L. V de. Os Lusíadas. São Paulo: Cultrix, 1993, p. 22.)
TEXTO II
Todos falam na Política, muitos compõem livros dela; e no cabo nenhum a viu, nem sabe de que cor é. [...] é de saber que, no ano em que Herodes matou os Inocentes, deu um catarro tão grande no diabo, que o fez vomitar peçonha; e desta se gerou um monstro [...] ao qual chamaram os críticos Razão de Estado: e esta Senhora saiu tão presumida, que tratou de casar [...] com um mancebo robusto, e de más manhas, que havia por nome Amor Próprio [...] de ambos nasceu uma filha, a que chamaram Dona Política [...] Criou-se nas Cortes de grandes Príncipes, embrulhou-os a todos: teve por aios o Maquiavel, Pelágio, Calvino, Lutero, e outros Doutores dessa qualidade, com cuja doutrina se fez tão viciosa, que dela nasceram todas as seitas e heresias, que hoje abrasam o mundo. E eis aqui, quem é a Senhora Dona Política.
Arte de Furtar. 2. ed. Introdução de Carlos Burlamáqui Kopke. São Paulo: Melhoramentos, 1951. Cap LX, pp. 262-264. Autor anônimo.
TEXTO III
DIABO – Oh, que caravela está!
Põe bandeiras, que é festa.
Verga alta! Âncora a pique!
– Ó precioso D. Henrique,
Cá vindes vós? Que coisa é esta?
Vem o Fidalgo e, chegando ao barco infernal, diz:
Fidalgo – Esta barca onde vai ora, assim tão abastecida?
Diabo – Vai para a ilha perdida e há de partir nesta hora.
Fidalgo – Para lá vai a senhora? Diabo – Senhor, a vosso serviço.
(VICENTE, Gil. “Auto da barca do inferno”. In: Farsa de Inês Pereira / Auto da barca do inferno / Auto da alma. São Paulo: Martin Claret, 2001.)
Os trechos acima são fragmentos de importantes textos da Literatura Portuguesa. Com base neles e nas obras citadas, julgue as proposições abaixo, utilizando (V) para as que forem verdadeiras e (F) para as que forem falsas.
I- Em Os Lusíadas, obra do Classicismo português, o poeta Luís de Camões, tematizando a viagem de Vasco da Gama, enredada com a mitologia greco-latina, canta os feitos e glórias portugueses.
II- A epopeia Os Lusíadas, como texto oriundo do século das luzes, representa o pensamento acerca da liberdade do europeu de conquistar os povos incultos e não cristãos.
III- No fragmento do texto Arte de furtar, de 1652, portanto do período barroco, o autor define a política como uma atividade ligada ao Estado, por meio da personificação de ideias retiradas do mundo político.
IV- Na passagem do Auto da barca do inferno, texto representativo do Humanismo português, os personagens Diabo e Fidalgo são exemplos de alegorias, recurso utilizado por Gil Vicente em seu Auto.
A sequência correta de respostas, de cima para baixo, é:
(A) F – F – F – F.
(B) F – V – F – F.
(C) V – F – F – F.
(D) V – F – V – V.
(E) V – V – V – V.
Soluções para a tarefa
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Eu acho que a alternativa certa é A D)
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Resposta:
deve ser a letra c) v-f-f-v.
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