TEXTO I Ainda quando se defende a existência de "uma escrituralidade literária", herdeira, em certo sentido, do conceito de "literariedade", utilizado pelos formalistas russos, a questão da especificidade do discurso literário esbarra em entraves complicados e quase sempre obriga o estudioso a trilhar caminhos que podem desviá-lo do seu objeto de análise. Isso explica, por exemplo, a possibilidade de haver excelentes teóricos da literatura que sejam incapazes de ser leitores "desarmados" de literatura; que possam deixar de lado a teoria e "entrar no texto", confundir-se com personagens que transitam no palco literário. Se, de fato, parece ser problemático definir literatura pelo que ela é – e sua existência está comprovada por uma tradição e pela multiplicidade de obras que mantêm viva essa tradição –, talvez seja mais prudente concordar com a existência de um "estatuto do literário" que, por vezes, se vale de critérios externos ao texto mais do que de uma observação minuciosa de sua produção. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2014 (adaptado). TEXTO II Desencanto Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. Eu faço versos como quem morre. BANDEIRA, M. A cinza das horas. 1917. A partir dos textos citados, assinale a opção que apresenta a relação entre a especificidade da linguagem literária e a crítica literária. Escolha uma: a. A partir de leituras críticas do poema de Manual Bandeira, é possível fruí-lo melhor, pois a crítica literária não deixa nada descoberto. b. Os critérios de classificação propostos pela crítica e pelos teóricos da literatura permitem ao leitor uma fruição mais prazerosa do poema de Manuel Bandeira. c. A crítica literária, por não apontar caminhos precisos do processo de leitura do texto, é ineficaz para a fruição e interpretação do poema de Manuel Bandeira. d. Para que possa fruir esteticamente o poema de Manuel Bandeira, é necessário que o leitor articule sua experiência de mundo com seus conhecimentos sobre a literatura. e. Para facilitar a leitura e permitir fruição estética mais intensa ao leitor, os críticos literários mostram a morfologia do texto e as armadilhas que constituem a sua estrutura.
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Alternativa A
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