texto em forma de relato falando sobre a cultura do Rio Grande do sul
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Resposta:
A cultura do Rio Grande do Sul refere-se ao conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões do povo do Rio Grande do Sul. De uma forma sucinta, pode-se analisar a cultura local como resultante de duas vertentes: a primeira com raízes nos povos indígenas que habitavam o pampa; a outra vertente é resultado da colonização europeia, efetuada por colonos portugueses, espanhóis, mestiços originários de outras regiões do Brasil-colônia, bandeirantes e africanos vindos para o Brasil como escravos até o século XIX. A miscigenação inicial entre portugueses e indígenas dá origem ao que seria denominado no século XIX como gaúcho. A partir do século XIX vieram ao Rio Grande grupos de imigrantes alemães, italianos e minorias de eslavos, judeus e libaneses.
A primeira vertente é marcada pela vida no campo e pela criação bovina. A cultura gaúcha, resultado da miscigenação destes elementos, nasceu na fronteira entre a Argentina, o Uruguai e o Sul do Brasil. Os primeiros colonos gaúchos viviam em uma sociedade semi-nômade, baseada na pecuária. Mais tarde, com o estabelecimento das fazendas de gado, acabaram por se estabelecer em grandes estâncias espalhadas pelos pampas. O gaúcho era mestiço de índio, português e espanhol e também africano, e a sua cultura foi bastante influenciada pela cultura dos índios guaranis, charruas e pelos colonos hispânicos.
Até o século XIX o Rio Grande do Sul tinha a quarta maior população de negros do Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No século XIX, em especial a partir dos anos 1850, quando é proibida a importação de escravos no Brasil, tem início uma grande mudança do perfil demográfico do estado, com a chegada de novos contingentes de imigrantes europeus. Esta migração para foi, em grande parte, incentivada pelo governo federal e pelas elites locais, tendo duas funções: diluir a identidade popular-local forjada na Revolução Farroupilha em torno da noção do gaúcho, com imigrantes de outras nacionalidades e, acelerar o projeto da elite portuguesa que passou a governar o Brasil a partir de 1808, de embranquecer o Brasil. Este último objetivo coincidia com os interesses de parcelas das elites locais brancas do Rio Grande do Sul no século XIX. Entre meados dos anos 1860 e 1880, grandes contingentes de mão-de-obra negra escrava foi substituída pela européia, quando parte dos escravos foi re-vendida para outras províncias do Brasil. Mesmo assim, os traços da cultura negra são presentes em várias regiões do Estado, como na metade sul e na zona metropolitana de Porto Alegre.
Os alemães começaram a se estabelecer ao longo do rio dos Sinos, a partir de 1824. Ali estabeleceram uma sociedade baseada na agricultura e na criação familiar, bem distinta dos grandes latifundiários gaúchos que habitavam os pampas. Até 1850, os alemães ganhavam facilmente as terras e se tornavam pequenos proprietários, porém, após essa data, a distribuição de terras no Brasil tornou-se mais restrita, impedindo a colonização de ser efetuada nas proximidades do Vale dos Sinos. A partir de então, os colonos alemães passaram a se expandir, buscando novas terras em lugares mais longes e levando a cultura da Alemanha para diversas regiões do Rio Grande do Sul. A colonização alemã se expandiu nas terras baixas, parando nas encostas das serras. Quem colonizou as serras do Rio Grande do Sul foram outra etnia: os italianos. Imigrantes vindos da Itália começaram a se estabelecer nas Serras Gaúchas a partir de 1875. A oferta de terras era mais restrita, pois a maior parte já estava ocupada pelos gaúchos ou por colonos alemães. Os italianos trouxeram seus hábitos e introduziram na região a vinicultura, ainda hoje a base da economia de diversos municípios gaúchos.