Texto de robison Crusoé o naufragio?
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Resposta:
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O naufrágio
Era medonha a força das águas. O bote acabou virando e nos lançando todos ao mar.
Uma onda violentíssima me engolfou e, enquanto tentava desesperadamente voltar à tona,
percebi que a marola havia me aproximado da terra. Usando de todas as minhas forças, nadei
na sua direção, antes que outra onda pudesse me afastar da costa. Nada percebi de meus
companheiros, desesperado em salvar a própria vida.
Uma onda me jogou contra uns rochedos e por pouco não desmaiei. Num esforço
supremo, subi nas pedras segurando-me numas ervas e caí de bruços, enquanto o mar rugia
atrás de mim.
Depois de descansar um pouco, sentei-me e vi onde o navio havia encalhado. Estava
tão longe em meio a um temporal tão impressionante, que era quase um milagre ainda se
manter intacto.
Foi nesse momento que me dei conta do milagre de estar vivo! A excitação da
descoberta de tal modo me alegrou, que corri pela praia, dando vivas e fazendo cambalhotas...
só então tive consciência de não ver sinal de meus companheiros. Olhei em todas as direções,
nada! Como resposta, o oceano me enviou três chapéus, um gorro e dois sapatos de diferentes
pares.
A noite se aproximava. Tive medo e acreditei ficar mais protegido se subisse numa
árvore. Por sorte, achei uma fonte de água doce ali perto e bebi até me fartar. Mastiguei um
pouco de fumo para diminuir a fome e subi na árvore. Era tal o meu cansaço que dormi até o
dia seguinte.
Quando despertei, a manhã já ia alta. A tempestade tinha passado, o sol era radiante e
o mar estava tranquilo. Com grande surpresa, vi que o navio continuava preso às rochas. Ah,
como o destino é estranho e os desígnios de Deus são impossíveis de se prever! Se
tivéssemos ficado a bordo, em vez de nos aventurarmos num bote, era bem provável que todos
tivéssemos sobrevivido.
A meia milha de distância, encalhado na praia, estava o nosso bote, vazio. Ao meio-dia
a maré estava tão baixa que poderia nadar facilmente até o navio e foi o que fiz. A quilha
estava bem alta e tive dificuldade em subir até a embarcação, mas achei uma das cordas com
que havíamos descido o bote na véspera. Subi por ali.
O navio estava praticamente cortado ao meio, mas a quilha ficara bem alta, e tudo ali
parecia protegido da ação do mar.
Estava faminto e minha primeira providência foi correr à despensa; enchi os bolsos de
biscoitos e fui devorando-os, enquanto caminhava pelo navio. Encontrei também um cão e dois
gatos que viajavam conosco. Alimentei-os também e eles me acompanharam na pesquisa a
bordo. [...]
Precisava de um bote para levar a terra as coisas que pudessem ser úteis, mas tive de
me contentar com uma jangada improvisada. Havia muita madeira solta pelo convés. Eu as uni
com uma corda e assim obtive a jangada, reforçada com um dos mastros.
Retirei o que tivesse utilidade para um náufrago. Revirei os baús dos marinheiros e
esvaziei-os das roupas, colocando ali alimentos como pão, biscoito, queijo, carne defumada e
um resto de trigo. [...]
Estava tão ocupado nessas tarefas que sequer reparei na subida da maré. Separei
algumas roupas e outros objetos que me pareceram indispensáveis, como ferramentas, e me
apressei em descer à jangada.
Lembrei-me também de que necessitava de armas. Na cabine do comandante achei
duas belas pistolas e duas espingardas, alguns potes de pólvora e um saco de balas. Sabia
que no navio havia três barris de pólvora, mas não recordava a sua localização