Texto crítico sobre o legado das olimpíadas e paralimpíadas do esporte brasileiro
Soluções para a tarefa
A rede hoteleira dobrou sua oferta de quartos. E as instalações esportivas ficaram prontas a tempo. Mas quase nada escapa de um porém, de uma nuvem que deixa um horizonte turvo para o futuro. Algumas das incertezas que pairam vêm de longa data, outras são inesperadas, e muitas acabaram ampliadas pelo efeito dominó da crise federal e fluminense. As obras inacabadas são uma prova de que nem tudo deu certo. Sequer há previsão para a conclusão da estação de metrô da Gávea, e os trilhos do VLT ainda completaram seu traçado. A proposta de transformação do Porto numa região residencial não decolou, e a revitalização esbarra em imbróglios que põem em xeque a gestão da área. Sinais de deterioração aparecem até na reluzente Praça Mauá. Segue sem resposta o questionamento sobre as arenas que receberam os atletas: serão elefantes brancos ou não? Em Deodoro, o Parque Radical está fechado.
A esperança de que compromissos firmados uma década atrás, quando o Rio virou candidato a sediar os Jogos, decolassem, foi abalada. A violência sem trégua, a Baía de Guanabara ainda combalida e as lagoas da Barra e Jacarepaguá poluídas são lembranças diárias das oportunidades perdidas. Já entre as aproveitadas, um dado novo da CET-Rio serve como um certo alívio para quem passou anos enfrentando os congestionamentos da cidade mergulhada em obras.
Em 20 trajetos de referência monitorados desde 2009, passando por vias como Linha Vermelha, Autoestrada Lagoa-Barra e Avenida Presidente Vargas, a velocidade média no trânsito carioca hoje chegou aos 33,5km/h. O que representa 8,3% a mais que os 30,9km/h de 2013, ano em que foram derrubados os primeiros pilares da Perimetral. PARALIMPIADAS s primeiros dias de competição, com medalhas no atletismo e na natação, indicam que o objetivo do país no quadro de medalhas pode ser alcançado.
Daniel Dias, maior nome da história da natação paraolímpica brasileira, diz ter consciência de que pode contribuir para o país atingiu seu objetivo. “Fico feliz de fazer parte disso. Sei de minha responsabilidade, assim como os atletas que estão caindo na piscina e querem dar o seu melhor e querem dar sua parcela de contribuição”, afirmou após receber sua medalha de ouro nos 100m livre, a 16ª da sua carreira.
Daniel saiu da piscina como o primeiro nadador brasileiro a levantar uma medalha do Parque Aquático do Rio. Feito histórico para um atleta que certamente vai inspirar muitas outras gerações. Nome conhecido do grande público, Daniel acredita que os Jogos serão um marco para o país. “Não só em relação ao esporte, mas também aos direitos das pessoas com deficiência. A gente fala tanto em inclusão e devemos apenas conquistar o nosso espaço. Essa é a grande mensagem”, afirmou.
Espaço que a atleta Terezinha Guilhermina ajudou a conquistar. Desta vez, ela não subiu ao pódio, mas nem por isso deixa de contribuir para o desejo de uma sociedade mais aberta aos deficientes depois dos Jogos. “O legado vai ser uma sociedade mais inclusiva. Temos a necessidade de uma mudança de infraestrutura para que a inclusão aconteça de fato. Em nem todos os lugares um cadeirante pode entrar. Nem todos os deficientes visuais podem circular em diversas cidades do Brasil. ESPERO TER AJUDADO