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Consumo Logo Existo
Em meio às crises mundiais, potências econômicas se desfalecem em consequência do poder de destruição dos sismos e tsunamis que assolam cidades, estremecem vidas, podam sonhos, interrompem caminhadas… O Brasil ostenta uma economia em ascensão e está fora da rota dos fenômenos naturais, tendo garantia de segurança e consumo em elevação.
E, por ser peculiar do humano “vender o almoço para comprar o jantar” sem se inquietar com o café da manhã do dia seguinte, com a geração do “Clico, já existo” não seria diferente, pois, numa sociedade onde aparências abrem portas, a desenvoltura é a competência para se esquivar das bocas vorazes e não se converter em alimento da própria espécie.
Como a grandeza do homem tem a dimensão dos seus sonhos, a magnitude do seu “pensar” é tão poderosa que estar “na fita” é o ápice e, para tal, basta se posicionar no portal do universo das causas possíveis para carimbar o passaporte que permite o acesso ao mundo dos devaneios. Consumir é a consolidação que nutre o anseio do “ser destaque”.
Para medir esse grau de influência, com muitos se candidatando a ser capturados pelos flashes, uma lista de exigências é posta na passarela — a iniciar pela roupa, o prato, o carro, a casa: a posição social. Elas direcionam a pontaria para atingir o alvo mirado: status. Ponto estabelecido pelo ego, que, com um simples gesto, se inflama; com um toque, se exalta; um momento de encantamento é o suficiente para ser e se sentir no centro do Universo.
A necessidade de experimentar esse júbilo impele muitos a apelarem para o consumo por crerem que o existir está no ter e a buscarem esse ter para ratificar conquistas que salientam às pessoas, ao mundo, que o seu poder emana do querer. E, como querer é poder, eles querem e podem, indiferentes a quantos e tantos terão que ultrapassar.
É com essa convicção de poder, para atender à vontade do íntimo, que o eu perde o vínculo com a razão para viver o agora como instante último de uma trajetória onde o “ser destaque” é simplesmente tudo. Seja para sobrepujar desenganos, traumatismos, adversidades, fracassos… Para muitos, consumir é um sedativo capaz de suavizar as dores da existência.
Desse desejo insaciável de receber a geração de esfomeados, nasceu, na América do Norte, o primogênito do capitalismo: o marketing, que não mediu esforços nem poupou recursos e artimanhas para converter marcas em desejo de consumo, tornando-as referência na vida das pessoas a ponto de criar um elo entre a marca e eu — consumidor compulsivo. Essa ligação de fidelidade converte-se num relacionamento íntimo, no qual um se torna o complemento do outro, gerando manias em mentes condicionadas.
E assim se transformou num vilão que não preservou idade, não poupou classe social, não respeitou cultura ou religião… O seu poder é incalculável. Ninguém o conteve do propósito de fazer dos Estados Unidos o país mais consumista do mundo.
A sua eficácia foi tamanha que impeliu o ex-presidente George W. Bush a criar uma trincheira de defesa para abrigar consumidores compulsivos, sancionando a lei que pune, com uma salgada multa, a empresa de telemarketing que ligar para telefones cadastrados no Sistema Nacional Contra Ligações oferecendo produtos ou serviços.
Mas o marketing é um universo de habilidades e competências capaz de criar saídas estratégicas, veias de escape para atingir o alvo almejado, satisfazer os que têm fome e traz sempre à mão o prato para saciar a vontade de estar, gerar a energia que move o mundo capitalista, pois na sua fantástica vitrine se encontra de tudo, para todos os gostos e condições financeiras: vende-se saúde, beleza, longevidade, a fórmula da felicidade e uma lista extra para atender a vaidades, caprichos… O próprio orgulho, que determina que altos preços sejam pagos simplesmente para sobressair: “Se não obtiver o computador lançado na semana passada, meu filho entrará em crise”; “O vizinho comprou um carro novo, preciso trocar o meu nem que tenha que vender as calças ou me endividar até o pescoço”; “A minha amiga comprou um vestido naquela loja chique da Avenida Tal e é a mulher mais feliz e comentada do bairro… Também quero um”; e, assim, o “sedutor” atrai as suas vítimas, que se prostram diante das vitrines, da tela da televisão, para identificar tendências e comprar para agradar anseios e obstinações.
Mas o consumo indisciplinado não ameaça apenas o meio ambiente com seus resíduos. Esse devorador detém poderes para provocar terremotos em lares e abalar estruturas familiares. Quando um dos membros — filho, esposo ou esposa — é vulnerável às influências do marketing — que investe bilhões de dólares por ano para atingir principalmente o público infantil —, toda a família entra na mira.Esse descontrole gera brigas, disputas, conflitos entre pais e filhos, esposo e esposa, e muitos apelam para desvios — como furtos — para adquirirem o revolucionário produto anunciado no intervalo da novela.
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