texto bem grande sobre indicadores de desenvolvimento brasileiro
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1
Como os sucessivos Relatórios do Desenvolvimento
Humano têm demonstrado, regista se uma melhoria
constante no plano do desenvolvimento humano
para a maioria das pessoas na maioria dos países.
Os avanços na tecnologia, educação e rendimentos
constituem uma promessa sempre crescente de uma
vida mais longa, mais saudável e mais segura.1
No
cômputo geral, a globalização propiciou grandes
progressos no desenvolvimento humano, sobretudo
em muitos países do Sul. No entanto, também
se vive hoje, em todo o mundo, um sentimento
generalizado de precariedade - no que respeita aos
meios de subsistência, à segurança pessoal, ao ambiente
e à política mundial.2
As grandes conquistas
em aspetos cruciais do desenvolvimento humano,
como a saúde e a nutrição, rapidamente podem
ser postas em causa por uma catástrofe natural ou
uma grave crise económica. Os roubos e agressões
podem deixar as pessoas debilitadas, física e psicologicamente.
A corrupção e instituições públicas
sem capacidade de resposta podem privar aqueles
que carecem de ajuda, dos necessários recursos. As
ameaças de índole política, as tensões entre comunidades,
os conflitos violentos, a negligência perante a
saúde pública, os danos ambientais, a criminalidade
e a discriminação constituem, todos eles, fatores de
agravamento da vulnerabilidade dos indivíduos e
das comunidades.
Conseguir um progresso real em matéria de
desenvolvimento humano não passa, assim, unicamente
por ampliar o leque de opções de escolha
determinantes das pessoas e a sua capacidade de
acederem à educação e à saúde e de desfrutarem
de um nível de vida razoável e de uma sensação de
segurança. Depende também do grau de solidez
dessas conquistas e da existência de condições
suficientes para um desenvolvimento humano sustentado.
Um balanço dos progressos em matéria
de desenvolvimento humano que não inclua a
abordagem e avaliação da vulnerabilidade estará
sempre incompleto.
O conceito de vulnerabilidade é tradicionalmente
utilizado para descrever a exposição ao
risco e a gestão de risco, incluindo a prevenção
de choques e a diversificação de ativos e fontes de
receita.3
No presente Relatório faz-se uso de uma
abordagem mais ampla, que realça a correlação estreita
que existe entre a redução da vulnerabilidade
e a o progresso no domínio do desenvolvimento
humano. Introduzimos o conceito de vulnerabilidade
humana para descrever situações de deterioração
das capacidades e possibilidades de escolha
dos indivíduos. Examinando a vulnerabilidade por
um prisma de desenvolvimento humano, chama-se
a atenção para o risco de deterioração futura das
circunstâncias e das conquistas individuais, comunitárias
e nacionais, e propomos políticas e outras
medidas tendentes a prevenir ameaças e a reforçar
o processo de desenvolvimento humano.
Colocamos especial ênfase nos fatores sistémicos
e persistentes de vulnerabilidade e questionamos
os motivos que levam a que alguns indivíduos
superem melhor do que outros a adversidade. Por
exemplo, em quase toda a parte, as mulheres são
mais vulneráveis do que os homens à insegurança
pessoal. Indagamos também as causas estruturais
que tornam algumas pessoas mais vulneráveis
do que outras. As pessoas experimentam graus
variáveis de insegurança e diferentes tipos de vulnerabilidade
em diferentes fases do ciclo de vida. pobreza e privação
extremas integram o núcleo dos mais vulneráveis.
Apesar dos recentes progressos na redução da pobreza,
mais de 2,2 milhões de pessoas continuam
a viver em situação de pobreza multidimensional
ou quase. Isto significa que mais de 15 por cento
da população mundial permanece vulnerável à
pobreza multidimensional. Por outro lado, quase
80 por cento da população global não dispõe de
proteção social alargada.5
Cerca de 12 por cento
(842 milhões) padecem de fome crónica,6
e quase
metade dos trabalhadores — mais de 1,5 mil milhões—trabalha
em regime de emprego precário
ou informal.
Loconaderefri:
muito obrigada
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