texto argumentativo de 20 linhas sobre estudantes que preferem ficar no celular do que ler
Soluções para a tarefa
Uma das formas de você fazer este texto é usando uma tese, uma antítese e uma síntese.
A tese, resumidamente, diria que estes estudantes tem preguiça de ler, a antítese sustentaria que, pelo contrário, boa parte do conteúdo que consomem é lido e a síntese fecharia unindo ambas em uma busca por fazer do inimigo, um aliado: o celular.
Captando estudantes com as redes certas
Tese:
Vê-se hoje nas escolas públicas e particulares uma situação problemática: muitos estudantes preferem usar seus celulares para encontrar informações nas redes sociais e na web, ou mesmo simplesmente ver videos.
Quando um conteúdo é escrito na louza ou quadro branco e lhes é pedido que copiem, simplesmente tiram uma foto e dizem que vão "ler depois".
Mesmo quando os celulares eram proibidos em sala de aula (antes da Resolução SEDUC 30, de 27-4-2022, que os "liberou"), não havia o cumprimento da proibição devido a fatores que alongariam a discussão aqui.
O estudante que está em sala de aula apenas de corpo presente, além de deixar de assimilar conteúdos importantes deixa de assimilar a competência básica para entender o mundo que o cerca: sem a escrita e a leitura da variedade mais prestigiada da língua do Brasil, será mais um nas largas fileiras do analfabetismo funcional, presa fácil de mentiras e discursos distorcidos, porque não domina a competência básica para se viver em um mundo onde a escrita é o método de comunicação corrente.
Antítese:
No entanto, falar que estes estudantes não leêm é apenas meia verdade:
Eles leêm tanto ou mais que um adulto, a diferença está no que lêem e em como lêem. As redes sociais não são compostas apenas por imagens ou vídeos, são compostas por postagens, mensagens de conteúdo variado, e mesmo nas imagens e videos, de alguma forma o adolescente tem que fazer uma interpretação textual, tem de contextualizar o que vê.
Muitas vezes, tem de lidar com várias linguagens ao mesmo tempo para entender uma mensagem: a dos "emojis" (para um adulto seria o equivalente aos sinais de trânsito), a imagética dos vídeos ou fotos e a verbal dos comentários, escritos na variedade menos privilegiada.
O aluno lê e interpreta, mas o faz em relação ao seu mundo e suas preferências, a seu modo, em sua linguagem.
Existe uma distância muito grande entre os fatos do quadro negro e a realidade onde o aluno está inserido, e reclamar que o aluno fala errado porque não lê, longe de solucionar o problema, só vai causar mais rejeição do aluno pela tal "norma culta" e "materia chata" que o "professor PC" passa na louza.
Mas se o aluno está na sala de aula, deveria assimilar o conteúdo, fazer valer o imposto que ele mesmo paga para estar com um professor à sua disposição. Como resolver este impasse?
Síntese:
Em primero lugar, por mais que doa a nós admitirmos, o fato é que a língua de Cruz e Souza morreu há muito, e quando ela estava sendo gerada, as cinzas frias da de Camões já haviam dado luz a outras fogueiras, e estas, a outras.
As gramáticas normativas tentam conter este avanço, mas estão restritas ao meio acadêmico, longe da realidade estudantil. E o que seria do português hoje se não fosse o latim falado pelo povo? E o latim, existiria sem as intersecções entre os vários povos do império romano?
Cultura e língua são organismos vivos, em constante mudança, e tratar a cultura dos discentes, a cultura tecnológica e da rapidez, como inimiga da cultura da caneta não vai facilitar em nada o entendimento do que é necessário:
- Que o aluno tem uma linguagem e meios próprios de ver o mundo.
- Que as expectativas do ensino formal em relação às do aluno são muito díspares.
- Que mesmo sendo díspares, podem conversar em um debate saudável.
- Mas se o que pensa ter o poder de "ensinar" não ceder, os "rebeldes", que são em maior número pois representam o mundo, não serão nem vencidos nem sairão vencedores e todos sairão perdendo, com prejuízo para a sociedade do amanhã, e do agora.
Rever diariamente conceitos em relação ao que é educar; ter treinamento constante de si e possuir um olhar imparcial sobre os eventos culturais que, como ventos, vêm e vão; além de tentar usar a tecnologia e os interesses do discente para aproximá-lo de um mundo que, mesmo que não lhe interesse, tem de entender para atuar conscientemente nele - o mundo letrado - , são trabalhos árduos.
Não depende apenas da boa vontade de um docente, nem mesmo de apenas um estado.
Estamos sujeitos às leis da União, mas sem união.
A partir do momento que a classe dos professores entender que a "classe" estudantil precisa deles para intermediar um conhecimento de que necessitam mas ainda não sabem disso, e que a função do mestre é fazer o outro saber, haverá uma mudança.
Pelo menos, é possível que haja. Mas é necessário, para isso, união entre os diferentes, para que se crie um organismo mais forte e vivo que a terrível máquina que o controla há muito.
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