TEXTO
Ao ver o amiguinho [o Curupira], a Iara explicou queixosa:
— Não sei o que me aconteceu, Curupira! Não estou conseguindo respirar direito dentro do
rio, como estou acostumada. Há alguma coisa na água que está me provocando espirros e
soluços. Veja os coitados dos peixinhos, estão ficando muito doentes!
O Curupira fungou um pouco e disse:
— É... há um cheiro meio estranho por aqui...vai ver esse rio está ficando poluído!
A Iara arregalou os olhos e foi logo perguntando, curiosa:
— Poluído? Que quer dizer isso? Eu nunca ouvi essa palavra!
— Poluído quer dizer sujo, — explicou o Curupira.
— Sujo? Não pode ser. O meu rio não é sujo. Ele só fica um pouco turvo quando chove,
porque a chuva traz um pouco de terra dos barrancos. Mas isso não faz mal nem a mim nem
aos peixinhos.
O Curupira explicou:
— Não é disso que estou falando. A poluição é causada por coisa podre... ou então por
venenos.
— Coisa podre? Venenos? Do que é que você está falando? — perguntou a Iara,
assustada.
— Eu acho que você só quer me fazer medo!
O Curupira ficou um pouco triste e preocupado:
— Não, Iara, eu não estou querendo assustar você. Infelizmente não estou brincando.
Acho mesmo que alguém está jogando coisas que apodrecem o rio: esgoto, lixo e coisas
assim... Sem contar os venenos que são jogados pelas fábricas!
— Mas quem iria fazer uma malvadeza dessas? Os nossos amiguinhos índios semprefizeram suas casas perto do rio, mas não jogam lixo nele.
— É que os índios não constroem cidades! Nem fábricas! São elas que acabam poluindo
os rios.
— Cidades? Fábricas?! — exclamou a Iara, muito espantada. — Eu nunca pensei que
existisse isso por aqui!
— Elas brotam em todas as partes e sempre na beira dos rios. — explicou o Curupira.
A Iara mostrou-se um pouco preocupada:
— Será que algumas delas brotou por aqui?
— É bem possível. — respondeu o Curupira. — Um lugar como este, com um rio tão
bonito, é sempre procurado pelos homens quando se quer construir uma cidade. As pessoas
chegam, derrubam toda a mata, afugentam os animais e logo constroem casas, prédios e
fábricas. Em pouco tempo, em vez das árvores, só vemos chaminés; e o rio, que era limpo e
cristalino, logo vira esgoto e depósito de sujeira.
— Mas... será que não existe um jeito de construir a cidade sem destruir tudo o que a
natureza demorou tanto para fazer?
O Curupira sorriu:
— Existe sim. Há cidades que não poluem. Mas, infelizmente, parece que algumas
pessoas gostam de viver na sujeira!
[...] A Iara e a poluição das águas, de Samuel Murgel Branco. São Paulo:
Moderna, 2002.
EXPLORANDO O TEXTO...
1 - A partir da leitura, responda as questões:
• Marque a opção que aponta uma informação incorreta sobre o texto:
A - ( ) A Iara está muito assustada porque não consegue respirar direito dentro do rio.
B - ( ) O Curupira explica à Iara o que é um rio poluído.
C - ( ) A Iara e o Curupira estão satisfeitos com a poluição das águas.
D - ( ) Os índios nunca jogaram lixo nos rios.
E - ( ) As pessoas derrubaram as matas para construírem cidades e fábricas.
• Identifique a opção em que a palavra destacada não expressa uma ação:
A - ( ) “... algumas pessoas gostam de viver na sujeira!”
B - ( ) “A poluição é causada por coisa podre...”
C - ( ) “As pessoas chegam, ...”
D - ( ) “A Iara arregalou os olhos...”
E - ( ) “A natureza demorou tanto...”
• O rio fica um pouco turvo quando chove, porque a chuva traz terra dos barrancos.
A frase acima, mostra uma relação de:
A - ( ) fato e consequência.
B - ( ) finalidade e fato.
C - ( ) consequência e fato.
D - ( ) fato e causa.
E - ( ) causa e fato.
• “Mas isso não faz mal nem a mim nem aos peixinhos.”(8ª linha).
O vocábulo destacado refere-se
A - ( ) à poluição.
B - ( ) à Iara.
C - ( ) aos espirros e soluços.
D - ( ) ao rio.
E - ( ) a terra arrastada dos barrancos.
Soluções para a tarefa
Respondido por
0
Resposta:
1 a 2 a 3b 4e 5d por isso pode confiar
Perguntas interessantes