(Texto)
A sociedade salarial está no fim?
Até há pouco tempo, o trabalhador podia entrar numa empresa, trabalhar anos
seguidos e aposentar-se nela. Era o chamado posto fixo de trabalho. Hoje, isso está
desaparecendo, conforme explica o sociólogo francês Robert Castel, em seu livro A
metamorfose da questão social: uma crônica do salário. O sociólogo mostra que, na França, essa
situação está dando lugar a uma nova sociedade, na qual o trabalho e a previdência já não
significam segurança, o que causa transtornos terríveis em termos sociais e individuais. Ele
destaca quatro aspectos que parecem estar se generalizando no mundo:
• A desestabilização dos estáveis. As pessoas que têm emprego estão sendo
“invalidadas” por vários motivos. Algumas porque são consideradas “velhas” (em torno de 50
anos); outras porque não têm formação suficiente para o que se quer; há ainda aquelas que são
consideradas jovens demais para se aposentar.
• A precariedade do trabalho. Há um desemprego constante nos últimos anos, e a maioria
dos trabalhadores desempregados normalmente só encontra postos de trabalho instáveis, de
curta duração ou em períodos alternados.
• O déficit de lugares. Não há postos de trabalho para todos, nem para os que estão
envelhecendo, nem para os mais novos que procuram emprego pela primeira vez. Isso sem falar
naqueles que estão desempregados há muito tempo e até participam de programas de
requalificação.
• A qualificação do emprego. Há tantas exigências para a formação do trabalhador que se
cria uma situação aparentemente sem solução. É o caso dos jovens, que não são contratados
porque não têm experiência, mas nunca poderão ter experiência se não forem contratados.
Pessoas em torno de 20 anos ficam vagando de estágio em estágio ou de programas de estágio
para outros programas. Há, ainda, jovens com boa qualificação que ocupam empregos
inferiores, tirando o trabalho dos que têm pouca qualificação.
Todas essas situações criam indivíduos como que estranhos à sociedade, pois não conseguem se
integrar nela, desqualificando-se também do ponto de vista cívico e político. Eles próprios
consideram-se inúteis sociais. Ocorre praticamente uma perda de identidade, já que o trabalho é
uma espécie de “passaporte” para alguém fazer parte da sociedade. No Brasil, tudo isso acontece,
principalmente nos grandes centros urbanos.
Responda
1) De acordo com o texto acima; ressalte pontos positivos e pontos negativos de uma
sociedade que não possuí vínculo empregatício fixo.
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Resposta:
Explicação:
Pontos negativos: risco de desemprego e a insegurança, já que não há garantias de quando o profissional irá conseguir trabalhar em outro projeto.
A qualificação do emprego, muitas exigências para a formação do trabalhador.
Pontos positivos: mais oportunidades de emprego.
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