Texto A: "Cada um deve decidir por sua conta e risco em que deve acreditar e deve cuidar para que acredite corretamente. Outras pessoas não podem ir para o céu ou para o inferno em meu nome, ou abrir ou fechar as portas do céu ou do inferno para mim. Tampouco podem acreditar ou deixar de acreditar em meu nome, ou coagir minha crença ou descrença. O modo como a pessoa acredita é um assunto de cada consciência individual, e isso não diminui a autoridade dos governos seculares. Eles deveriam, portanto, contentar-se em cuidar de seus próprios assuntos e permitir que as pessoas acreditem no que podem e no que desejam, sem usar de coerção nessa esfera contra ninguém. A fé é livre, e ninguém pode ser compelido a crer. Mais precisamente, longe de ser algo que a autoridade secular deve criar e compelir, a fé é algo que Deus elabora no espírito. Daí a afirmação comum, que também está presente em Agostinho: ninguém pode ou deve ser forçado a acreditar em alguma coisa contra sua vontade" (LUTERO, 1995, p. 43). Texto B: "Acabamos de advertir que o governo secular e o reino interno e espiritual de Cristo são muito diferentes. Mas devemos reconhecer igualmente que de modo algum são incompatíveis entre si. Pois desde já, enquanto ainda estamos na terra, o governo espiritual de Cristo estabelece em nós algumas fontes do reino celestial e, nesta vida mortal e evanescente, nos permite um certo antegozo da bem-aventurança incorruptível e imortal. A finalidade do governo secular, porém, enquanto permanecermos neste mundo, consiste em favorecer e proteger o culto exterior a Deus, defender a pura doutrina e a boa condição da igreja [...]" (CALVINO, 1995, p. 81). LUTERO, Martinho. Sobre a autoridade secular. In: LUTERO, M. E CALVINO, João. Sobre a autoridade secular. São Paulo: Martins Fontes, 1995. Os textos representam o entendimento de cada reformador sobre o poder político e a fé de cada súdito. Nesse sentido, participe de seu fórum tecendo comentários que explicitem as diferenças e semelhanças entre eles.
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Ambos os textos são semelhantes na medida que distinguem o papel da Fé e o papel do governo secular, de modo que consideram que o governo secular, ao menos em parte, não deve se intrometer em questões de Fé, sendo Estado e Igreja duas coisas distintas.
São diferentes, contudo, na medida que Lutero defende que esta separação deve se dar por meio de um Estado que não toma em relação a fé nenhuma medida (de modo que não atrapalha e nem "ajuda", apenas não se intromete), enquanto que Calvino admite que o Estado deveria "promover os elementos externos da Fé", ou seja, favorecer a criação e manutenção das Igrejas, não se intrometendo apenas em assuntos doutrinários/teológicos.
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