Texto 3 Fantasias Tão logo entrou na jaula, viu que a coisa funcionava. Os pandas acolheram-no com um carinho comovente Moacyr Scliar 1Quando o diretor do Centro de Conservação e Pesquisa do Panda Gigante lhe anunciou que, para ter contato com os animais, ele deveria usar uma fantasia de panda, o zoólogo reagiu com indignação. Fantasia de panda, que palhaçada era aquela? Afinal, ele era um cientista, não um artista de circo. Mas os argumentos do chefe e dos colegas acabaram por convencê-lo. As pesquisas mostravam que os pandas aceitavam melhor os humanos fantasiados. E, animais raros, eles precisavam de cuidados. 2Fantasiou-se, pois, e, tão logo entrou na jaula, viu que, de fato, a coisa funcionava. Os pandas acolheram-no com um carinho comovente. 3Para um homem solitário, sem família e sem amigos, aquela era uma experiência nova e surpreendente. 4Agora era ele quem queria fantasiar-se e passar horas entre os simpáticos animais. Encontrava ali o afeto que sempre lhe faltara. Gostava de todos os pandas: dos filhotes, naturalmente, a coisa mais engraçadinha; e dos pandas adultos, que lhe pareciam extraordinariamente bem-humorados. 5Mas havia ali um motivo de perturbação. Era uma fêmea, ainda jovem, que a ele parecia belíssima. As características manchas negras em torno aos olhos davam à essa panda uma face sedutora, lembrando aquelas atrizes dos anos 30 e 40. 6Quando ele a via, seu pulso se acelerava. E então constatou: estava apaixonado. A fantasia que usava já não era um truque; ele de fato se sentia um panda, e queria viver com uma fêmea panda. 7Problema: ela já estava comprometida. Tinha um companheiro, um robusto urso que era obviamente ciumento. Suas chances de conquistá-la eram zero. Quando se deu conta disso, caiu numa profunda depressão. Era a primeira vez que se apaixonava, e essa paixão resultava num fracasso. 8Com o coração partido, pediu ao diretor que o transferisse para um outro centro de pesquisas que trabalha exclusivamente com sapos. Ali não viverá outro caso de amor impossível: ninguém vai lhe pedir que se disfarce de batráquio. 9Mas há duas coisas que o inquietam. Primeiro: a todo instante ele lembra a história do príncipe que virou sapo. Segundo: a certa altura, de uns tempos para cá, começou a coaxar como sapo. E, para um principiante, até que não se sai mal. Disponível em: .Acesso em: abr. 2015. A crônica de Moacyr Scliar evolui para o fantástico, sem que, no entanto, o absurdo se concretize plenamente. O efeito de humor do texto é obtido principalmente pela interrupção, deixando o desenlace para a imaginação do leitor. a) O que a referência a contos de fada sugere no final da crônica? b) Suponha que o autor tivesse escrito mais um parágrafo, dando um final fechado à história. O que poderia conter esse parágrafo para que a história não fosse fantástica? c) Escreva um último parágrafo como desfecho para a crônica, de modo que ela possa ser considerada uma narrativa fantástica. Procure tornar esse desfecho surpreendente.
Soluções para a tarefa
Resposta:
a) Essa referência sugere que o cientista pode se transformar em sapo e se apaixonar por um dos batráquios do centro de pesquisa. Ou que, como nos contos de fada, no final um dos sapos readquira a forma humana, e o amor se torne possível.
b) Resposta possível: Esse parágrafo poderia contar que o cientista foi sendo tomado pela loucura e passou a se comportar como um sapo. No final ele poderia ser internado em uma instituição psiquiátrica.
c) Resposta pessoal. É necessário que, nesse parágrafo, o cientista se transforme efetivamente em um batráquio e se misture aos outros animais. Para tornar o desfecho mais surpreendente, pode-se, por exemplo, descrever a surpresa do diretor de pesquisas por não encontrar o pesquisador e por verificar que, na saparia do Centro, havia um sapo a mais.
Explicação:
plurall
o safado copiou do gabarito né safadinho
Resposta:
Letra A) Essa referência sugere que o cientista pode se transformar em sapo e se apaixonar por um dos batráquios do centro de pesquisa. Ou que, como nos contos de fada, no final um dos sapos readquira a forma humana, e o amor se torne possível.
Letra B) Esse parágrafo poderia contar que o cientista foi sendo tomado pela loucura e passou a se comportar como um sapo. No final ele poderia ser internado em uma instituição psiquiátrica.
Letra C) É necessário que, nesse parágrafo, o cientista se transforme efetivamente em um batráquio e se misture aos outros animais. Para tornar o desfecho mais surpreendente, pode-se, por exemplo, descrever a surpresa do diretor de pesquisas por não encontrar o pesquisador e por verificar que, na saparia do Centro, havia um sapo a mais.
Explicação:
PLURALL