Texto 2
O livre-comércio não foi responsável pela ascensão do capitalismo, mas é verdade que ele se espalhou durante todo o século XIX. Isso aconteceu também no coração do capitalismo na década de 1860 — a adoção pela Grã-Bretanha do livre-comércio e a assinatura de uma série de acordos bilaterais, em que dois países eliminam as restrições de importação e as tarifas sobre as exportações do outro, entre os países da Europa ocidental. Mas a maior parte da disseminação aconteceu na periferia do capitalismo, na América Latina e na Ásia. Isso foi resultado de algo que você normalmente não associaria com a palavra “livre” — ou seja, a força, ou pelo menos a ameaça de usá-la. A colonização era o caminho óbvio para o “livre-comércio sem liberdade”, mas até mesmo países que não eram colonizados foram obrigados a adotá-lo. Por meio da “diplomacia da canhoneira”, foram forçados a assinar tratados desiguais que os privavam de, entre outras coisas, autonomia tarifária (o direito de definir suas próprias tarifas). Eles eram autorizados a utilizar apenas uma tarifa baixa e uniforme (de 3% a 5%) — o suficiente para captar algumas receitas para o governo, mas não o suficiente para proteger as indústrias nascentes. O mais infame desses tratados é o Tratado de Nanquim, que a China foi forçada a assinar em 1842, depois de derrotada na Guerra do Ópio. Mas os tratados desiguais tinham começado com os países latino-americanos, desde sua independência nas décadas de 1810 e 1820. Entre os anos 1820 e 1850, uma série de outros países foi obrigada a assiná-los — o Império Otomano (antecessor da Turquia), a Pérsia (hoje Irã), o Sião (hoje Tailândia), e até mesmo o Japão. Os tratados desiguais latino-americanos expiraram nas décadas de 1870 e 1880, mas os asiáticos perduraram até o século XX. A incapacidade de proteger e promover suas indústrias nascentes, seja devido à dominação colonial direta, seja aos tratados desiguais, foi um grande fator que contribuiu para o retrocesso econômico na Ásia e na América Latina durante esse período, quando teve crescimento negativo da renda per capita (com taxas anuais de 20,1% e 20,04%, respectivamente).
Texto 3
Aumentos grandes e sustentados no fluxo transfronteiriço de bens, dinheiro, ideias e pessoas têm sido o fator mais importante nos assuntos mundiais nas últimas três décadas. Eles reformularam as relações entre Estados grandes e pequenos e passaram a afetar cada vez mais a política interna também. Dos iPhones aos coletes amarelos da França, a globalização e seus descontentamentos refizeram o mundo.
Recentemente, porém, o caráter e o ritmo da globalização mudaram. O ritmo da integração econômica em todo o mundo diminuiu em muitas — embora não em todas — medidas. “Slowbalisation”, um termo usado desde 2015 por Adjiedj Bakas, um observador de tendências holandês, descreve a reação contra a globalização. Quão grave se tornará? Quanto uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, por exemplo irá exacerbar isso?
A geopolítica voltou a se impor sobre a geoeconomia. A principal manifestação dessa nova realidade mundial é a rivalidade entre os Estados Unidos e a China, e isso se reflete também na guerra da Rússia contra a Ucrânia. Mas o mundo não vai se desglobalizar. O que vai acontecer é uma globalização diferente, um pouco menos rápida do que até então, ou seja, uma “slowbalization”.
Texto 4
O que está por trás disso tudo [configuração geopolítica mundial] é que desde há uma dezena de anos, desde a crise financeira global de 2008, a chegada de Xi Jinping [ao poder na China], o retorno de Putin, a ascensão de Erdogan na Turquia, de Duterte nas Filipinas, a geopolítica tomou conta, voltou a se impor, sobre a geoeconomia. Isso pois, porque no curso da história da humanidade, a economia, o progresso da tecnologia, da ciência e as rivalidades entre potências - no conjunto - a geopolítica dominou a geoeconomia. É a razão pela qual houve tantos conflitos e guerras. Foi em geral não por razão econômica e sim por razão geopolítica, e notadamente as duas últimas guerras mundiais. A partir da queda do Muro de Berlim [um dos símbolos da Guerra Fria, na noite de 9 a 10 de novembro de 1989] tivemos 20 anos nos quais podemos pensar que o círculo se inverteu e que a geoeconomia ia no futuro se impor sobre a geopolítica.
Enquanto futuro contador, você está inserido no contexto econômico. A partir do contexto apresentado acima, elabore um texto dissertativo argumentativo, relacionando o livre comércio e o movimento slowbalization no contexto da economia internacional. Seu texto deve contemplar os seguintes pontos:
a) O conceito de slowbalization, conforme os textos apresentados.
b) Os prós e contras do processo de globalização.
c) A diferenciação entre globalização de slowbalization.
Soluções para a tarefa
Respondido por
17
a) Em termos de economia, tem-se que o termo "slowbalisation" significa o processo lento de recuperação econômica internacional.
Globalização
b) Dentre vantagens da globalização, pode-se citar:
- melhorias nos transportes e das tecnologias de comunicação.
Dentre desvantagens da globalização, pode-se citar:
- Poluição ambiental;
- Favorecimento de crises;
- Perda de identidade dos povos.
c) A globalização gera uma rápida recuperação econômica internacional, enquanto a slowbalization lento processo de recuperação econômica internacional.
Saiba mais sobre globalização em:
https://brainly.com.br/tarefa/1917316
Bons estudos!
#SPJ1
Anexos:
Perguntas interessantes
Matemática,
6 meses atrás
Matemática,
6 meses atrás
Informática,
6 meses atrás
Português,
6 meses atrás
Física,
6 meses atrás
Física,
11 meses atrás
Biologia,
11 meses atrás
Matemática,
11 meses atrás