Texto 1
Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. “Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais “inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue.
Texto 2
É necessário questionar a função de amparo identitário de todas as formas de organização de massas – partidos, igrejas, sindicatos – independente de seu objetivo político manifesto, de esquerda ou de direita. Não é descabido supor que qualquer organização de massas tenha o potencial de favorecer em seus membros a adesão à identidade de vítimas, sendo um sério obstáculo à luta pela autonomia e pela liberdade de seus membros.
a)
apresentam argumentos favoráveis a ideias e comportamentos totalitários no campo da política.
b)
defendem a importância de diferenças claras entre amigos e inimigos no campo da política.
c)
sustentam que a união dos oprimidos em organizações de massa é mais importante que a individualidade.
d)
utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.
e)
concordam que o pertencimento ideológico de direita é critério exclusivo para definir o fanatismo político
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d) utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.
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Resposta:
D) utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.
Explicação:
No texto 1, Olavo de Carvalho aponta como fanático um indivíduo que desenvolve sua visão de si e do mundo a partir de uma identidade coletiva que age irracionalmente ao negar o direito à individualidade do outro por si mesmo.
No texto 2, Maria Rita Kehl analisa o amparo identitário coletivo como produtor de um sentimento de vítima que leva a um consequente irracionalismo.
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