História, perguntado por LEOZiiNHO0, 6 meses atrás

(Texto 1) Se o assassinato religioso é um sacrifício, o massacre é um assassinato ateu, e os
espanhóis parecem ter inventado (ou redescoberto; mas não emprestado de seu passado
imediato: pois as fogueiras da Inquisição estão mais próximas do sacrifício) precisamente
esse tipo de violência que, em compensação, é abundante em nosso passado mais recente,
quer seja no plano da violência individual ou estatal. É como se os conquistadores
obedecessem à regra (se é que podemos chamá-la assim) de Ivan Karamazov, "tudo é
permitido". Longe do poder central, longe da lei real, todos os interditos caem, o liame social,
já folgado, arrebenta, para revelar, não uma natureza primitiva, o animal adormecido em cada
um de nós, mas um ser moderno, aliás cheio de futuro, que não conserva moral alguma e
mata porque e quando isso lhe dá prazer. A "barbárie" dos espanhóis nada tem de atávico, ou
de animal; é bem humana e anuncia a chegada dos tempos modernos. Na Idade Média,
acontecia de mulheres terem os seios cortados e homens, o braço, por punição ou por
vingança; mas se faz isso em seu próprio país, ou tanto dentro quanto fora dele. O que os
espanhóis descobrem é o contraste entre metrópole e colônia, leis morais radicalmente
diferentes regulamentam o comportamento aqui e lá: o massacre precisa de um cenário
apropriado. Mas o que fazer se não quisermos ter de escolher entre a civilização do sacrifício
e a civilização do massacre?

(Todorov, Tzvetan. A Conquista da América, a Questão do Outro – Martins fontes 2001)

(Texto 2) “Esse foi o primeiro efeito do encontro fatal que aqui se dera. Ao longo das praias
brasileiras de 1500, se defrontaram, pasmos de se verem uns aos outros tal qual eram, a
selvageria e a civilização. Suas concepções, não só diferentes mas opostas, do mundo, da
vida, da morte, do amor, se chocaram cruamente. Os navegantes, barbudos, hirsutos, fedentos
de meses de navegação oceânica, escalavrados de feridas do escorbuto, olhavam, em espanto,
o que parecia ser a inocência e a beleza encarnadas. Os índios, vestidos da nudez emplumada,
esplêndidos de vigor e de beleza, tapando as ventas contra a pestilência, viam, ainda mais
pasmos, aqueles seres que saíam do mar”.
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o Sentido do Brasil - São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. Página 44.

Questão
O primeiro texto trata da conquista do México empreendida pelos espanhóis; o segundo texto
trata de uma representação do encontro entre portugueses e indígenas em 1500 onde viria a
ser o Brasil. Com base nos textos, considerando as questões sobre alteridade (pesquisar),
como os europeus e os nativos americanos viam-se uns aos outros?

Soluções para a tarefa

Respondido por analuciaegabriela
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Resposta:

hi

Explicação:

mine mis gabrili yars 11 my friends

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