Filosofia, perguntado por melissak13rw, 8 meses atrás

Texto 1

O poder do legislador emana da sociedade

"O Grande objetivo dos homens quando entrar em sociedade e desfrutar de sua propriedade pacificamente e sem riscos, e o principal instrumento e os meios de que se servem são as leis estabelecidas nesta sociedade, a primeira lei positiva fundamental de todas as comunidades políticas e o estabelecimento do Poder Legislativos como a primeira lei natural fundamental,que deve reger até mesmo o próprio Legislativo, 6 a preservação da sociedade e (na medida em que assim o autorize o poder público) de todas as pessoas que nela se encontram. O Legislativo não é o único poder supremo
mo da comunidade social, mas ele permanece sagrado e inalterável nas mãos em que a comunidade um dia o
colocou; nenhum edito, seja de quem for sua autoria,a forma como tenha sido concebido ou o poder que o
subsidie, tem a força e a obrigação de uma lei, a menos que tenha sido sancionado pelo Poder Legislativo que o público escolheu e nomeou. Pois sem isso faltaría a esta lei aquilo que é absolutamente indispensável para que ela seja uma lei, ou seja, o consentimento da sociedade de, acima do qual ninguém tem o poder de fazer leis;exceto por meio do seu próprio consentimento e pela
autoridade que dele emana. Por isso, toda a obediência que pode ser exigida de alguém, mesmo em virtude dos vínculos mais solenes,termina afinal neste poder
supremo e é dirigida por aquelas leis que ele adota;jamais um membro da sociedade, pelo efeito de um
juramento que o ligaria a qualquer poder estrangeiro ou a qualquer poder subordinado na ordem interna,
pode ser dispensado de sua obediência ao Legislativo e agir por sua própria conta; da mesma forma,também não obrigado a qualquer obediência contrária às leis
adotadas, ou que ultrapasse seus termos; seria ridículo imaginar que um poder que não é o poder supremo na sociedade possa se impor a quem quer que seja."
Texto 2
A crise da representação
"Na democracia, cada cidadão comum é de fato
um rei - mas um rei numa democracia constitucional, um
monarca que decide apenas formalmente, cuja função
é apenas assinar as medidas propostas pelo Governo
Executivo. É por isso que o problema dos rituais demo
cráticos é semelhante ao grande problema da monar
quia constitucional: como proteger a dignidade do rei
Como manter a aparência de que o rei toma as decisões,
quando todos sabemos que isso não é verdade? Trotsky
estava certo então em sua crítica básica à democracia
parlamentar: não é que ela de poder demais às massas
não instruídas, mas que, paradoxalmente, apassive as
massas, deixando a iniciativa para o aparelho do
der estatal [...). Por conseguinte, o que chamamos de
crise da democracia' não ocorre quando os indivíduos
deixam de acreditar em seu poder, mas, ao contrário,
quando deixam de confiar nas elites, que supostamente
sabem
por
eles e fornecem as diretrizes, quando viven-
ciam a angústia que acompanha o reconhecimento de
que 'o (verdadeiro) trono está vazio', de que a decisão
agora é realmente deles. É por isso que, nas eleições
livres', há sempre um aspecto mínimo de boa educa
ção: os que estão no poder fingem educadamente que
não detêm de fato o poder e nos pedem para decidir
livremente se queremos Lhes dar o poder- no modo
que imita a lógica do gesto feito para ser recusado."
ZIZEK Slavoj Primeiro como tragédia, depois como farsa
São Paulo: Boitempo, 2011 p. 11415


Aponte a principal divergência entre os dois texto ​

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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A principal divergência entre os dois textos é sobre o fundamento do poder político na sociedade.

Para o autor do primeiro texto, o poder se fundamenta na sociedade, sendo o Legislativo um representante legítimo da sociedade e a sociedade submissa somente às leis que ela mesma propõe, aprova e concorda.

Já para o autor do segundo, a sociedade contemporânea é submissa às leis, participando de um "ritual político" (as eleições) que no fundo não teriam sentido, sendo ele obrigado a aceitar leis e estruturais sociais que rejeita.

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