Texto 1
Nas águas do tempo
[...] Em casa, minha mãe nos recebia com azedura. E muito me proibia, nos próximos futuros. Não queria que fôssemos para o lago, temia as ameaças que ali moravam. Primeiro, se zangava com o avô, desconfiando dos seus não propósitos. Mas depois, já amolecida pela nossa chegada, ela ensaiava a brincadeira:
- Ao menos vissem o namwetxo moha! Ainda ganhávamos vantagem de uma boa sorte...
O namwetxo moha era o fantasma que surgia à noite, feito só de metades: um olho, uma perna, um braço. Nós éramos miúdos e saíamos, aventurosos, procurando o moha. Mas nunca nos foi visto tal monstro. Meu avô nos apoucava. Dizia ele que, ainda em juventude, se tinha entrevisto com o tal semifulano. Invenção dele, avisava minha mãe. Mas a nós, miudagens, nem nos passava desejo de duvidar. [...]
Texto 2
Sítio do Picapau Amarelo
XXVI – A IARA
– Vamos à cachoeira onde mora a Iara – disse. – Essa rainha das águas costuma aparecer sobre as pedras nas noites de lua. É muito possível que possamos surpreendê-la a pentear os seus lindos cabelos verdes com o pente de ouro que usa.
– Dizem que é criatura muito perigosa – murmurou Pedrinho.
– Perigosíssima – declarou o saci. – Todo cuidado é pouco. A beleza da Iara dói tanto na vista dos homens [...] e os puxa para o fundo d’água. A Iara tem a mesma beleza venenosa das sereias. Você vai fazer tudo direitinho como eu mandar. Do contrário, era uma vez o neto de Dona Benta!…
Pedrinho prometeu obedecer cegamente. Andaram, andaram, andaram. Por fim chegaram a uma grande cachoeira cujo ruído já vinham ouvindo de longe.
– É ali – disse [...], apontando. – É ali que ela costuma vir pentear-se ao luar. Mas você não pode vê-la. Tem de ficar bem quietinho, escondido aqui atrás desta pedra e sem licença de pôr os olhos na Iara. Se não fizer assim, há de arrepender-se amargamente. O menos que poderá acontecer é ficar cego.
Pedrinho prometeu, e de medo de não cumprir o prometido foi logo tapando os olhos com as mãos.
(P120853I7) Qual é a informação comum a esses textos?
a - A beleza venenosa das sereias.
b - A prática de tomar banho de cachoeira.
c - As experiências das pessoas mais velhas.
d - As lendas que são contadas para as crianças.
e - As mães que proíbem os filhos de passear.
Soluções para a tarefa
A alternativa correta é representada pela letra (D).
Letra D: As lendas que são contadas para as crianças.
Porque, na verdade, ambos os contos trazem histórias que se configuram como lendas. No texto 1, podemos observar que a existência de uma história sobre fantasmas.
No texto 2, o autor fala da sereia (mulher peixe) Yara, muito conhecida no conto Sítio do Picapau Amarelo.
Desse modo, são contos lendários que não possuem histórias comprovadas pela ciência. No entanto, as histórias conseguem mexer com a imaginação das crianças.
Siga firme na direção dos seus sonhos!
A informação comum a esses textos é corretamente apresentada na letra D) As lendas que são contadas para as crianças.
Os dois contos apresentados dissertam sobre histórias que se caracterizam como lendas, isto é, contos fictícios que são repletos de mitos e personagens fantasiosos, que passam de geração para geração, por meio da narração dessas histórias, principalmente para crianças.
No texto 1, é possível observar o texto se trata de uma história sobre um fantasma aterrorizante, que possuía apenas metades, como um só olho, uma só perna, um só braço.
No texto 2, se observa uma história que disserta sobre a sereia Yara, uma personagem bastante famosa no mundo do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato.
Ou seja, os dois textos tratam de histórias lendárias que são contadas para as crianças com o intuito de mexer com a imaginação delas, por meio de personagens extraordinários e fictícios.
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