Português, perguntado por juliaingles782, 8 meses atrás

Texto 1

Luna Clara no caminho, antes da ponte​


Luna Clara mirou a nuvem no céu e foi correndo pela estrada.


Que sorte a dela ter encontrado aqueles dois homens encharcados.


Agora só faltava encontrar Doravante.


Era uma mistura de medo com felicidade com chuva com anoitecer com estrada o que Luna Clara sentia.


5Sabia que estava correndo perigo, mas era por necessidade.


Para dizer a verdade, ela não sabia muita coisa do mundo, a não ser até a beira da estrada.


O resto era desconhecido. Exceto pelos comentários que se ouviam e imediatamente eram passados adiante.


Corria a lenda (pela estrada que ligava Desatino do Norte a Desatino do Sul) que era impossível passar por ali sem perder ou ganhar alguma coisa.


“Em algumas ocasiões, ganhar é que é bom, em outras o bom é perder, depende do que se esteja falando, que gozado”, ela ia pensando. Mas aquilo já era filosofia demais para alguém que está se aventurando num caminho ignorado.


10O que se podia considerar como certo era o seguinte: todo mundo que já havia se arriscado a andar por lá chegou diferente do outro lado, não importa em que sentido estivesse indo.


Algo muito estranho devia ter acontecido com toda aquela gente.


Falavam que era culpa de uma velha, uma dona muito estranha que morava na casa do Vale da Perdição, com um montão de cães ferozes e milhões de outros mistérios.


Mas esse povo fala muito.


Luna Clara não era de se impressionar com histórias esquisitas e até que ia tranquila. (Mais ou menos.)


15 Mas quando deu de cara com uma matilha de cães imensamente enormes no caminho, levou um susto miserável.


Podia acontecer coisa pior?


Podia.


Assim que viram Luna Clara, os cães rosnaram para ela.


Então latiram.


20 Depois avançaram, com suas mandíbulas ameaçadoras.


Parecia história de Chapeuzinho Vermelho, mas não era. A estrada era perigosa mesmo. Bem que sua mãe dizia.


Foi por ali, um pouquinho mais adiante, que seu pai perdeu a sorte. Aventura perdeu a confiança no destino, seu avô perdeu todas as histórias que tinha colecionado na vida, e suas tias perderam a esperança, mais de treze anos antes.


[O capítulo seguinte intitula-se Mais de treze anos antes e narra o que aconteceu na ponte, antes do nascimento de Luna Clara]


Texto 2


Luna Clara e os cães na mesma estrada, mais de treze anos depois, sem sentido contrário​


Luna Clara nunca imaginou que, se um dia tivesse que atravessar aquela ponte que sua mãe tanto odiava, estaria sendo perseguida por uma matilha de cães imensamente enormes (ou enormemente imensos?)


Que vida mais estranha.


Agora ela estava ali com aqueles cães latindo em volta dela e aquela ponte na frente.


Acelerou o passo.


5 E eles chegando perto.


Acelerou mais ainda.


E eles chegando quase.


Tropeçou, caiu, levantou, e os latidos bem pertinho, atrapalhando o barulho dos passos que queriam atrapalhar o silêncio sozinhos.


Au-au-au-au-au-au, três tempos, au-au-au-au, dois tempos, au-au, um tempo só...


10 “Ai-ai-ai, será que não vai aparecer ninguém para me salvar na última hora, como sempre acontece nas histórias?”


[...]



No segundo bimestre, lendo um capítulo do livro A ilha do tesouro, você estudou alguns recursos narrativos utilizados pelos autores de narrativas de aventuras.


a) Explique com que finalidade a autora interrompe o episódio da travessia da ponte, iniciando outro capítulo e deixando para depois dele a continuação da sequência interrompida.


b) Você observou que Adriana Falcão utiliza geralmente parágrafos bem curtos, obtendo com isso muitos efeitos expressivos. Releia os parágrafos de 3 a 8 do texto 2 e explique o recurso narrativo utilizado pela autora nesse trecho, cujo resultado é acentuado pela divisão dos parágrafos. ME AJUDEM PFVV!!

Soluções para a tarefa

Respondido por PowerRangerBranco
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Resposta:

O texto tem um foco narrativo em 3a pessoa onisciente. Em 3a pessoa porque o narrador não é personagem do texto (ele sempre se refere às personagens usando a 3a pessoa, como nos parágrafos 4 e 9: ela, Luna Clara); onisciente porque ele sabe tudo sobre as personagens, conhece até seus sentimentos (parágrafo 4) e seus pensamentos (parágrafo 9).

Explicação:

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