Texto 1
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mais fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!
Texto 2
A grande dor das cousas que passaram
A grande dor das cousas que passaram
transmutou-se em finíssimo prazer
quando, entre fotos mil que se esgarçavam,
tive a fortuna e graça de te ver.
Os beijos e amavios que se amavam,
descuidados de teu e meu querer,
outra vez reflorindo, esvoaçaram
em orvalhada luz de amanhecer.
Ó bendito passado que era atroz,
e gozoso hoje terno se apresenta
e faz vibrar de novo a minha voz
para exaltar o redivivo amor
que de memória-imagem se alimenta
e em doçura converte o próprio horror!
Fonte Texto 1: CAMÕES, Luís de. Erros meus, má fortuna, amor ardente. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2020.
Fonte Texto 2: ANDRADE, Carlos Drummond de. A grande dor das cousas que passaram. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2020.
(P110809I7_SUP)
(P110809I7) Apesar de produzidos em épocas diferentes, esses textos apresentam temática comum, porém há um ponto de ruptura pois, no Texto 2, o eu lírico
confessa ter vivido uma experiência amorosa feliz.
demonstra o desejo de revidar o mal sofrido.
pede perdão pelos erros cometidos.
revela uma visão de mundo pessimista.
sugere ter sido surpreendido pelo destino.
Soluções para a tarefa
Resposta:
confessa ter vivido uma experiência amorosa feliz.
Explicação:
O segundo texto diz na segunda estrofe:
" Os beijos e amavios que se amavam,
descuidados de teu e meu querer,
outra vez reflorindo, esvoaçaram
em orvalhada luz de amanhecer.
Ó bendito passado que era atroz,
e gozoso hoje terno se apresenta
e faz vibrar de novo a minha voz"
Logo conclui que diferente do primeiro texto, o eu lírico afirma ter vivido um amor feliz.
A correta é a letra A: confessa ter vivido uma experiência amorosa feliz.
O texto 1 é de Luís de Camões, fala sobre os erros cometidos pelo eu lírico, além de sorte e amor. Ele cita que somente o amor já era responsável pela perdição.
Fica evidente no quarto verso: "Que para mim bastava amor somente"
No texto, o eu lírico apenas sofre, sentimento causado pela má sorte, erros e amor.
No texto 2, de autoria de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico fala que as dores foram responsáveis pelo prazer. Relata sobre o amor, que no passado era atroz, ou seja, cruel, mas que hoje é terno.
Abraços!