Testes em laboratório mostram que bactérias associadas a planta do continente antártico produzem substâncias que inibem desenvolvimento de tumores
Por Júlio Bernardes
14/09/2020
Uma nova forma de tratar tumores cancerígenos pode estar presente em bactérias encontradas junto às raízes de uma planta muito comum na Antártida. A descoberta vem de uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Além de identificarem uma nova espécie de bactéria com grande potencial para atuar na recuperação de ambientes contaminados, os pesquisadores isolaram dois compostos produzidos pelas bactérias que inibiram o desenvolvimento de tumores de mama, pulmão, rim e glioblastoma em testes de laboratório.
Os resultados do trabalho são descritos em artigo publicado na Nature Scientific Reports. “O objetivo da pesquisa foi estudar a comunidade bacteriana associada a uma espécie de gramínea endêmica ao continente antártico e prospectar linhagens com potencial para inibir o crescimento de tumores humanos”, conta ao Jornal da USP o pesquisador Leonardo José da Silva, da Esalq, que realizou a pesquisa durante a elaboração de sua tese de doutorado.
“As bactérias foram coletadas na Ilha Rei George, localizada na Península Antártica, e isoladas no Laboratório de Genômica da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, no interior de São Paulo.” A coleta foi realizada pelo pesquisador em 2014, durante uma expedição realizada com auxílio do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), órgão da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) da Marinha do Brasil.
Deschampsia antarctica, espécie de gramínea comum na Antártida cujas raízes liberam compostos orgânicos que bactérias usam como alimento - Foto: Leonardo José da Silva
“As bactérias foram coletadas da rizosfera, que é a fração do solo que sofre influência de exsudados radiculares, que são compostos orgânicos liberados pelas raízes das plantas e servem de alimento para micro-organismos. No estudo, os compostos têm origem na gramínea Deschampsia antarctica”, relata Leonardo. “A avaliação de atividade antitumoral foi realizada em parceria com o Departamento de Farmácia da Universidade de Campinas (Unicamp), por meio da plataforma para triagem de compostos antitumorais.”
Nova bactéria
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A pesquisa identificou diversas linhagens de bactérias com baixa similaridade em relação a espécies já conhecidas e realizou a descrição de uma nova espécie, que recebeu o nome de Rhodococcus psychrotolerans. “A nova espécie pertence ao gênero Rhodococcus, grupo que possui potencial para aplicação em processos de biorremediação, que é o processo utilizado para recuperar um ambiente contaminado, desde que se utilize um ser vivo como agente ativo”, destaca o pesquisador. “Bactérias do gênero Rhodococcus são conhecidas por habitarem ambientes com elevados índices de contaminantes, além de apresentarem metabolismo altamente versátil à degradação de compostos químicos”, conta ao Jornal da USP.
Ao todo 11 gêneros de bactérias foram recuperados em laboratório em culturas puras. Os pesquisadores também caracterizaram os compostos actinomicina V e cinerubina B, produzidos pelas bactérias, como agentes responsáveis por inibir o desenvolvimento de tumores de mama, pulmão, rim e glioblastoma.
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A. A descoberta vem de uma pesquisa realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.
B. As bactérias foram coletadas na Ilha Rei George, localizada na Península Antártica, e isoladas no Laboratório de Genômica da Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna, no interior de São Paulo.”
C. Os pesquisadores também caracterizaram os compostos actinomicina V e cinerubina B, produzidos pelas bactérias, como agentes responsáveis por inibir o desenvolvimento de tumores de mama, pulmão, rim e glioblastoma.
D. “As bactérias foram coletadas da rizosfera, que é a fração do solo que sofre influência de exsudados radiculares, que são compostos orgânicos liberados pelas raízes das plantas e servem de alimento para micro-organismos.
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Letra D-
D. “As bactérias foram coletadas da rizosfera, que é a fração do solo que sofre influência de exsudados radiculares, que são compostos orgânicos liberados pelas raízes das plantas e servem de alimento para micro-organismos.
lu1s11:
muito obrigado
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