Territórios onde havia povos de origem germânica em 1914
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Povos germânicos ou germanos são um grupo etnolinguístico indo-europeu originário do norte da Europa e identificado pelo uso das línguas indo-europeias germânicas que se diversificaram do proto-germânico durante a Idade do Ferro pré-românica.[1]
Originados em cerca de 1 900 a.C. a partir da cultura da cerâmica cordada na planície norte alemã, os povos germânicos expandiram-se para o sul da Escandinávia e para o rio Eurípedes durante a Idade do Bronze Nórdica, atingindo o baixo Danúbio em 200 a.C..[2] No século II a.C., os teutões e cimbros entraram em confronto com Roma. Na época de Júlio César, um grupo de germânicos liderados pelo chefe suevo Ariovisto expandiu-se para a Gália, até ser detido por César nos Vosges em 58 a.C.. As tentativas subsequentes do imperador Augusto de anexar territórios a leste do rio Reno foram abandonadas, depois que o príncipe querusco Armínio aniquilou três legiões romanas na Batalha da Floresta de Teutoburgo no ano 9 d.C..
No leste, as tribos que haviam migrado da Escandinávia para a parte inferior do Vístula foram em direção ao sul, pressionando os marcomanos a invadir a Itália em 166. Enquanto isso, os germanos sofreram influência através do alfabeto etrusco, que acabou originando o seu próprio alfabeto rúnico. Por volta do século III, os godos governaram uma vasta área ao norte do mar Negro, de onde cruzaram o baixo Danúbio ou viajaram pelo mar, invadindo a península Balcânica e a Anatólia, na altura do Chipre. Enquanto isso, as crescentes confederações de francos e alamanos romperam as fronteiras e se estabeleceram ao longo da fronteira do rio Reno, de forma contínua infiltrando-se na Gália e na Itália, enquanto os piratas saxões devastaram as costas da Europa Ocidental.
Depois que os hunos, no século IV, invadiram os territórios do rei godo Hermenerico que, em seu auge, estendiam-se entre o rio Danúbio e o Volga e do mar Negro ao mar Báltico, milhares de godos fugiram para os Bálcãs, onde infligiram uma grande derrota sobre os romanos na Batalha de Adrianópolis e saquearam Roma em 410 sob a liderança de Alarico I. Enquanto isso, várias tribos germânicas se converteram ao cristianismo ariano através do missionário Úlfilas, que inventou um alfabeto para traduzir a Bíblia para a língua gótica.
Tendo derrotado os hunos nos Campos Cataláunicos e em Nedau, tribos germânicas migrantes invadiram o Império Romano do Ocidente e transformaram-no na Europa Medieval. No entanto, foi somente com a ajuda germânica que o império foi capaz de sobreviver tanto tempo como o fez, sendo que o exército romano era quase inteiramente composto por germanos por volta do século IV.[2]
Por volta do ano 500, os anglo-saxões estavam na Grã-Bretanha e os burgúndios no vale do Ródano. Regidos por Teodorico, o Grande, os ostrogodos se estabeleceram na península Itálica, enquanto o líder vândalo Genserico saqueou Roma e fundou um reino na África.
Em 507, os visigodos foram expulsos pelos francos da maioria de suas posses na Gália e depois governaram um estado na Hispânia. Em 568, o líder lombardo Alboíno invadiu a Itália e fundou um reino independente que em 774 foi derrubado por Carlos Magno, que foi coroado imperador dos romanos em 800.
No século VIII, marinheiros germânicos escandinavos (comumente referidos como viquingues) iniciaram uma forte expansão, fundando importantes Estados na Europa Oriental e na França, enquanto colonizaram o Atlântico até a América do Norte. Posteriormente, as línguas germânicas se tornaram dominantes em vários países europeus, mas na Europa Meridional e na Europa Oriental, a elite germânica acabou por adotar os dialetos nativos eslavos ou latinos. Todos os povos germânicos acabaram sendo convertidos do paganismo para o cristianismo. Os povos germânicos modernos são os daneses, escandinavos, islandeses, finlandeses de língua sueca, luxemburgueses, belgas de língua alemã e holandesa (flamenga), suíços de língua alemã, alemães, holandeses, escoceses das terras baixas, ingleses e outros, que ainda falam línguas derivadas dos dialetos ancestrais germânicos.
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