Tensões e conflitos fazem parte da história de vários países, inclusive da China. Leia o texto sobre uma importante região da chinesa.
[...] a China alega ter evidências de que o país lhe pertence desde tempos ancestrais. De fato, a ocupação atual se mantém mais ou menos inalterada desde o século 13, quando [...] foi incorporado ao império chinês. Essa situação só foi interrompida em 1912, quando a revolução republicana pôs fim ao império. [...]. Mas a situação piorou em 1959: após vários conflitos, uma rebelião [...] foi reprimida com violência pelo governo comunista chinês, que já havia retomado o território [...] em 1949. Depois [...], o dalai-lama, líder religioso e político [...] teve de fugir a pé com seus seguidores pelas montanhas da região.
NAVARRO, Roberto. [Omissis]. Disponível em: . Acesso em: 30 mar. 2020.
O texto faz referência ao
(A)
Sinkiang.
(B)
Hong Kong.
(C)
Taiwan.
(D)
Tibete.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Letra D
Explicação:
O Tibete é uma região localizada ao sudoeste da China cercada por um conjunto de países vizinhos. Ao sul, fazem fronteira com essa região Índia, Mianmar, Butão e Nepal. Na parte oeste, faz limite com a conflituosa região de Jammu e Caxemira. Originária de uma antiga dinastia militar, o Tibete, desde o século VII, forma um império pacífico guiado pelos preceitos religiosos budistas. O principal cargo político tibetano é ocupado por um Dalai-lama, que acumula funções religiosas e políticas.
A Revolução Chinesa de 1949 inaugurou os conflitos atuais envolvendo a região do Tibete. A instalação do movimento liderado por Mao Tsé-Tung buscou reorganizar os costumes e tradições tibetanas em favor dos princípios ideológicos do comunismo maoísta. Em 1951, a assinatura do Acordo dos 17 Pontos, definindo as relações entre China e Tibete, parecia direcionar as questões políticas para uma solução diplomática. No entanto, a orientação militar ofensiva da China arrastou esse problema por mais de meio século, tornando a autonomia política do Tibete uma verdadeira incógnita.
Em 1959, o general chinês Chiang Chin-wu convocou o Dalai-Lama para acompanhar uma festividade das autoridades chinesas na cidade de Lhasa, capital do Tibete, desde que ele não contasse com nenhum tipo de segurança pessoal. O conhecimento público do estranho convite representou uma ameaça velada à integridade física do líder religioso. Em resposta, o Dalai pediu asilo às autoridades indianas. Esse foi um breve exemplo das tensões que envolveram, no último século, a China e o Tibete.
Ao longo da História, a região do Tibete sofreu com a ocupação de diversos povos e impérios. Na dinastia sino-mongol Yuan (1279-1368), estabelecida pelos reis guerreiros Gengis Khan e Kublai Khan, firmaram-se acordos para que a autonomia política da região fosse preservada. Depois de manter relações mornas com a dinastia Ming (1386-1644), o Tibete contou com a proteção militar chinesa desde a ascensão do culto budista na dinastia Quing (1644-1911).
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Com o fim da era imperial chinesa, em 1911, a região tibetana preservou sua independência política. Um dos mais claros exemplos dessa soberania foi notado durante os conflitos da Segunda Guerra Mundial. Mesmo com a pressão imposta pelos Aliados (China, França, Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos), o governo tibetano recusou-se a permitir a passagem de tropas, material militar e utensílios em seus territórios.
Em 1963, tendo oficialmente ganhado o status de Região Autônoma, o Tibete ainda viveu outras situações de conflito com a China. No fim dos anos de 1980, o massacre na Praça da Paz Celestial e a entrega do prêmio Nobel da Paz ao Dalai-Lama fizeram com que a questão da autonomia do Tibete tivesse repercussão internacional. Entretanto, desde a década de 1990, a China tenta justificar a ocupação ao território em razão do crescimento econômico oferecido à região nos últimos dez anos e da presença massiva de chineses da etnia han no local.
No decorrer da política opressiva dos chineses, vários tibetanos passaram a buscar exílio. Cerca de 120 mil tibetanos vivem em países estrangeiros, e a grande maioria encontra-se em território indiano. As autoridades políticas do Tibete também vivem em situação de exílio. O chamado “governo no exílio” conta com três poderes e tem sua sede fixada na cidade de Dharamshala, região norte da Índia.
A situação do Tibete abarca um confronto de perspectivas contrárias entre autoridades tibetanas e chinesas. Por um lado as autoridades chinesas reivindicam sua intervenção pelo progresso e benefícios materiais concedidos ao Tibete. Em contrapartida, os líderes tibetanos temem que a inflexibilidade política chinesa ameace as tradições religiosas e a liberdade do povo tibetano.
Por Rainer Sousa
Graduado em História