Português, perguntado por alessandrocoxim, 10 meses atrás

Tendo em vistas as estratégias de leitura, estudadas na unidade II, do material didático, leia o texto a seguir, a respeito do incêndio que destruiu parcialmente o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no ano de 2015, e responda o que se pede:

(ENADE, 2017 - Adaptada)

A luz da nossa língua



O incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, não provocou piores danos, excetuando a perda, irreparável, sempre irreparável, de uma vida humana - pelas simples razão de aquilo que nele se mostrava ser resistente ao fogo. A Língua Portuguesa é patrimônio imaterial. Não há incêndio capaz de a devorar, a não ser o da ignorância.

Compreender como se formou e se afirmou a língua que falamos, conhecer as diferentes variantes do português, ajuda-nos a perceber melhor a história do mundo e - acredito - pode tornar-nos um pouco mais abertos ao outro. O pensamento xenófabo e racista que volta e meia aflora, como uma doença repugnante, em certas franjas das sociedades brasileira e portuguesa, é, em larga medida, uma expressão da ignorância da história da língua que nos deu origem.

Acredito que existe hoje um maior conhecimento mútuo das diferentes variantes da Língua Portuguesa, desde logo porque as novas tecnologias tendem a derrubar as fronteiras. Persiste, mesmo assim, muita ignorância. Recordo certa ocasião, há alguns anos, quando em viagem pelo interior de Pernambuco, parei junto a um pequeno bar para pedir informações. O rapaz que me atendeu não compreendeu meu sotaque. Repeti a mesma questão uma e outra vez, sem qualquer sucesso. Tentei de novo, mas desta vez, com meu melhor sotaque pernambucano. O rosto do rapaz iluminou-se: "Moço, se você fala português, por que é que estava falando comigo em estrangeiro?".

Numa outra ocasião, no Rio, um taxista, estranhando o meu sotaque, quis saber de onde eu vinha. "Angola! E em que estado fica isso?" Quando lhe expliquei que Angola é um país, na costa ocidental de África, fez questão de me parabenizar pela qualidade de meu português. Disse-lhe, que em Angola, falamos português: "Jura?!" - retorquiu. _"Pensei que só no Brasil se falasse português."

Se nós criamos as línguas, elas também nos criam a nós. Não é a mesma coisa crescer falando português, tupi ou swahili. Um dos meus sobrinho, Samuel, nasceu e cresceu em Luxemburgo, filho de pai luxemburguês. Aprendeu a falar português com a mãe e luxemburguês e alemão com o pai. Como os pais falam um com o outro em francês, domina também essa língua desde o berço. Sempre que muda do português para o alemão, e deste para o francês ou o luxemburguês, há alguma coisa em Samuel, um sutil aspecto da personalidade, que parece se alterar também. É como se coexistissem dentro dele várias pessoas, cada uma se exprimindo em um idioma diferente.

Em Cabo Verde, o bilinguismo é uma situação comum. As pessoas falam naturalmente duas línguas maternas, o português e o crioulo. Fascina-me a forma como os cabo-verdianos cultos trocam de língua, enquanto conversam, dependendo do tema e do interlocutor. Ao mudarem do crioulo para o português, verifica-se também uma ligeira mudança de personalidade. Um cabo-verdiano ao falar português torna-se um tudo nada mais formal. Não por acaso, a esmagadora maioria da riquíssima música cabo-verdiana usa o crioulo, ao passo que a língua portuguesa reina quase isolada na literatura.

AGUALUSA, J. E. Luz da nossa Língua. In: O Globo, 28 de dez. de 2015 (adaptado).



A partir da sua leitura interpretativa, avalie as assertivas a seguir:

I. A passagem do texto cujo conteúdo é apropriado para exemplificar a definição de língua como lugar de interação é "...conhecer as diferentes variantes do português [...] - acredito - pode tornar-nos um pouco mais abertos ao outro."

II. No texto que, o autor, a partir de suas vivências enaltece a língua, como patrimônio imaterial da humanidade, porém afirma que a ignorância de não se usar a norma padrão pode destruí-la.

III. Para o autor do texto a ignorância que pode destruir a língua é, na verdade, "o pensamento xenófobo e racista que volta e meia aflora (...) em larga medida".

IV. A respeito do uso da língua portuguesa em Cabo Verde, a partir do relato do autor, é possível dizer que está ligada a situações mais formais de uso, o que se comprova pela "riquíssima música cabo-verdiana" ser produzida em crioulo.

Está correto o que se afirma em:

A)
I, III e IV, apenas.

B)
I, II e IV, apenas.

C)
I, II, III e IV.

D)
III e IV, apenas.

E)
II e III, apenas.

Soluções para a tarefa

Respondido por dionatasjn12
69

Resposta:

I, III e IV, apenas.

Explicação:


marisarocha2010: Correta, acabei de fazer.
cristinaahi: correto. acabei de fazer
Respondido por Leticia140778
17

Em relação a língua portuguesa é possível apontar as alternativas I, III e IV como verdadeiras.

A língua portuguesa

A língua portuguesa muda com o passar do tempo, de acordo com as mudanças da sociedade.  A última recente mudança que ocorreu foi o o novo acordo ortográfico, um tratado internacional que foi firmado em 1990. Ocorreram também, anteriormente, duas mudanças ortográficas, reformas, em 1943 e em 1971.

Analisando a língua portuguesa no Brasil, cada região do país tem aspectos únicos, uma linguagem única e uma forma de expressão diferenciada.

Os países que utilizam a língua portuguesa como língua oficial são:

  • Angola;
  • Brasil;
  • Cabo Verde;
  • Guiné Bissau;
  • Guiné Equatorial;
  • Moçambique;
  • Portugal;
  • São Tomé e Príncipe;
  • Timor Leste.

Um dos trechos que é evidenciado no texto é em relação ao fato de que conhecimento não pode ser queimado, pois a leitura, após realizada, não pode ser apagada.

Saiba mais sobre a língua portuguesa: https://brainly.com.br/tarefa/20602730

Anexos:
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