Português, perguntado por laraavelozo, 11 meses atrás

Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de
que a vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no
corpo, mesmo alma rala como a sua. Imaginavazinha, toda
supersticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a sentir
um gosto bem bom de viver – se desencantaria de súbito
de princesa que era e se transformaria em bicho rasteiro.
Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser
privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia
em grave castigo e até risco de morrer se tivesse gosto.
Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de
menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar.
Essa economia lhe dava alguma segurança pois, quem cai,
do chão não passa. Teria ela a sensação de que vivia para
nada? Nem posso saber, mas acho que não. Só uma vez se
fez uma trágica pergunta: Quem sou eu? Assustou-se tanto
que parou completamente de pensar.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 31.
A prosa modernista de Clarice Lispector evoca a subjetividade
atormentada de seres humanos, cujos sentimentos de
melancolia e inadequação são constantes. No fragmento,
as impressões do narrador desvelam que a personagem
A. revolta-se com a rotina de sofrimentos e com o contexto
de miséria em que vive.
B. percebe-se como um ser para quem o amor e a
felicidade são desnecessários.
C. recusa-se a acreditar na morte como um castigo para
as criaturas ambiciosas.
D. surpreende-se diante da impossibilidade de definição
da própria identidade.
E. defende-se dos desejos que tornariam sua vivência
cotidiana mais digna.


claurezende18paw7a5: bernouli tbm né ? ksksksk
laraavelozo: sim klkskkk
animaks1236: vish eu tb kk

Soluções para a tarefa

Respondido por gabrielacostasantos3
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Resposta:

Letra E

Explicação:

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