“Tal mudança significará, também, a substituição do preconceito e da desinformação a respeito dos textos não consagrados pela aquisição de critérios sobre o que e para que ler. Fenômeno que, sem dúvida, exigirá preparação específica do professor, desalojando-o da comodidade do livro-texto e do manual do professor para jogá-lo à apreciação e discussão de produtos culturais de diferentes fontes. Só assim poderá o ensino assumir a tarefa de formar leitores e, a posteriori, montar, com a flexibilidade que o bom senso recomenda, um programa de leituras não mais baseada no academicismo ou no pragmatismo didático, mas no caráter educativo lacto sensu que a leitura apresenta. ”
CADERMATORI, Ligia. In: A produção cultural para a criança. / Regina Zilberman (org.). Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982, p. 91.
Imagine que você é um professor de quinto ano do ensino fundamental da rede municipal da sua cidade. O ano letivo está prestes a começar e você precisa selecionar as obras literárias que irá trabalhar com seus alunos. Para tal você precisa ter em vista os seguintes objetivos:
- Promover a leitura de fruição, apontando os caminhos para o encontro efetivo entre texto e leitor;
- Explorar a literatura em seus diferentes formatos, abrangendo expressões não consagradas como a adaptação cinematográfica, o teatro, o livro imagem e as HQs, por exemplo.
Redija um texto apontando e explicando quais critérios você adotou para selecionar essas obras. Não é necessário especificar as obras por meio dos seus títulos.
Soluções para a tarefa
Resposta: As obras escolhidas
foram: livros ilustrados, sendo alguns livros-imagem, com total ausência
do código verbal. Critério de seleção as obras mais premiadas na categoria
infantil e juvenil, preferência natural da criança ...
Para promover a fruição trabalhei a leitura
descompromissada, dando ao aluno a liberdade de deixar-se guiar pelo texto,
estabelecendo com este uma relação íntima de significação, é um caminho
possível para a efetiva formação de leitores. A potência do literário só entra
em ação quando há esse encontro entre texto e leitor.
Tais experiências de leitura podem ser enriquecidas pela
interpretação compartilhada, em que cada aluno se sinta seguro para expor sua
própria leitura. Da troca de interpretações, surgem novos caminhos, cada vez
mais amplos e profundos, fundados num processo que valoriza a linguagem e
promove a autoestima do ser humano sensível.