Suponhamos que vejo uma bola movendo-se, em linha reta, em direção a outra; imediatamente concluo que vão entrar em choque, e que a segunda adquirirá movimento. Essa é a inferência de causa e efeito; e dessa natureza são todos os nossos raciocínios na conduta da vida. Nisto se funda toda a nossa crença na história, e daí deriva toda a filosofia, excetuando-se apenas a geometria e a aritmética. Se podemos explicar a inferência a partir do choque de duas bolas, seremos capazes de dar conta desta operação da mente em qualquer caso.
Se um homem fosse criado, como Adão, no pleno vigor do entendimento, sem experiência, jamais seria capaz de inferir o movimento da segunda bola, a partir do movimento e impulso da primeira. Não é algo que a razão enxergue na causa que nos faz inferir o efeito. Tal inferência, se fosse possível, equivaleria a uma demonstração, fundada meramente na comparação de ideias. Mas nenhuma inferência de causa e efeito equivale a uma demonstração.
No trecho, o filósofo David Hume apresenta uma das suas grandes contribuições para a teoria do conhecimento moderno. Para esse autor, a causalidade
a)baseia-se em inferências relacionadas à comparação de ideias.
b)fundamenta as nossas crenças nas ciências humanas e na matemática.
c)representa uma forma a priori da razão pura, além de ser necessária.
d)não pode ser tomada como algo necessário ou demonstrativo.
e)não possui vinculação com o conhecimento empírico ou experimental.
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Resposta:
Letra A
Explicação:
Está escrito no texto: "Tal inferência, se fosse possível, equivaleria a uma demonstração, fundada meramente na COMPARAÇÃO DE IDEIAS."
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