Suponha que você esteja em sala de aula e se veja diante do
seguinte problema:
Em uma gramática de uso didático, o autor apresenta a seguinte
definição de transitividade verbal:
“Há dois tipos de verbos de ação: os transitivos e intransitivos.
O verbo transitivo é aquele que exige complemento. Por exemplo:
O gato comeu a ração”.
Ao ler essa definição, um aluno pode contra-argumentar,
demostrando que o verbo “comer” pode aparecer em diversos
contextos que fogem a essa regra (por exemplo: “Meu gato não
come”). Reflita:
QUESTÃO
ORIENTADORA
Por que as gramáticas não refletem a realidade da língua?
Como abordar de forma didática esse problema?
Soluções para a tarefa
As gramáticas são baseadas em uma regra normativa que não condiz com a realidade do falante. Existem diversas váriações da língua e nem todas são contempladas pela gramática normativa. Isso porque a língua falada é muito diferente da língua escrita. A língua falada é expontanea, tem marcações e vícios, enquanto a língua escrita é uma estrutura mais lógica.
A diferença entre esses dois acaba afastando o aluno, que não consegue se identificar com a gramática normativa e acha que está aprendendo uma língua muito difícil. A formar de abordar isso mais didaticamente é mostrando as diversas variações que existem na língua e introduzindo isso ao aluno. Mostrar que tudo bem ele falar a língua "culta" e também a coloquial e que não existe o certo ou errado, mas sim que existem variações linguísticas.