Subitamente, não sabia mais como se ata o nó da gravata. Era como se enfrentasse uma tarefa desconhecida, com que nunca tinha tido qualquer familiaridade. Recomeçou do princípio. Uma vez, outra vez – e nada. Suspirou com desânimo e olhou atento aquele pedaço de pano dependurado no seu pescoço. Vagarosamente, tentou dar a primeira volta – e de novo parou, o gesto sem sequência. Viu-se no espelho, rugas e suor na testa: a mão esquerda era a direita, a mão direita era a esquerda. – Vou descendo – anunciou a mulher, impaciente. – Escuta –disse ele forçando o tom de brincadeira. – Como é que se dá mesmo nó em gravata? – Engraçadinho – e a mulher saiu sem olhá-lo. Quanto tempo durou aquela hesitação? Essa coisa familiar, corriqueira, cotidiana – dar o nó na gravata. Uns poucos segundos, um minuto, dois minutos ou mais? O tempo da ansiedade, não o do relógio. Não fazia calor, e nas costas das suas mãos começou a porejar um suor incômodo. Assim como surgiu, na mesma vertigem, passou: logo suas mãos inconscientes se organizaram e, independentes, sem comando, ataram a gravata e o puseram em condições de, irrepreensivelmente vestido, sair de casa. Ia a um jantar. RESENDE, Otto Lara. Pompas do Mundo. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1975. Fragmento. O trecho que mostra o conflito gerador dessa história é: “Vagarosamente, tentou dar a primeira volta...”. (1º parágrafo) “– Vou descendo – anunciou a mulher, impaciente.”. (2º parágrafo) “O tempo da ansiedade, não o do relógio.”. (5º parágrafo) “... não sabia mais como se ata o nó da gravata”. (1º parágrafo) “Viu-se no espelho, rugas e suor na testa:...”. (1º parágrafo)
Soluções para a tarefa
Respondido por
14
Resposta:
R= (1º parágrafo) “– Vou descendo – anunciou a mulher, impaciente.”
Explicação:
Confia no Angel of the nigth
Respondido por
5
Resposta:
“– Vou descendo – anunciou a mulher, impaciente.”. (2º parágrafo)
Perguntas interessantes
Física,
4 meses atrás
Geografia,
4 meses atrás
Português,
4 meses atrás
Matemática,
10 meses atrás
Matemática,
10 meses atrás