Soneto do maior amor Maior amor nem mais estranho existe Que o meu, que não sossega a coisa amada E quando a sente alegre, fica triste E se a vê distante, dá risada. E que só fica em paz se lhe resiste O amado coração, e que se agrada Mais da eterna aventura em que persiste Que de uma vida mal-aventurada. Louco amor meu que quando toca, fere E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer – e vive a esmo Fiel à sua lei de cada instante Desassombrado, doido, delirante Numa paixão de tudo e de si mesmo. MORAES, V. Antologia poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. p. 98. No processo de construção textual do poema de Vinicius de Moraes, para o desenvolvimento de sua dimensão lírica, utilizou-se de uma figura de linguagem que A. compara a experiência amorosa à dor. B. despreza a paixão sentida pelo eu lírico. C. atribui características humanas ao amor. D. dissocia a emoção vivida pelo eu poético. E. contrapõe o sentimento afetivo à realidade.
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Vinicius de Moraes utilizou-se de uma figura de linguagem que:
A. compara a experiência amorosa à dor.
No "Soneto do amor maior", o eu lírico apresenta o amor de forma paradoxal, contraditória, pois associa a relação amorosa à dor.
Note as antíteses:
"E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê distante, dá risada."
"O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer"
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