Geografia, perguntado por kamillynaves23, 10 meses atrás

Solução para o desemprego no Brasil ​

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Respondido por megmesquita007
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Resposta:

Apesar de vários indicadores - inflação, juros, emprego, produção industrial e vendas no varejo - mostrarem que o pior da crise econômica brasileira já passou, no dia a dia das famílias a situação não melhorou conforme o esperado. Na teoria, o país parece ter começado sair do buraco e iniciado a caminhada em busca da recuperação, mas na prática, quando os pais e mães de família sentam-se à mesa para colocar na ponta do lápis os gastos e os ganhos, a maioria das contas ainda permanece no vermelho.

Também pudera. Com uma população de desempregados que beira 12 milhões de pessoas, há muito mais candidatos do que vagas em oferta no mercado de trabalho, o que torna difícil alguns setores, especialmente a indústria e o comércio voltarem a produzir e a vender como antes. Isso porque as atividades são interdependentes e se completam. O campo produz a matéria-prima, a indústria fabrica o produto e o comércio vende ao consumidor. Sem intenção de consumir na ponta da cadeia, o comércio não vende e não demanda a fabricação de produtos na indústria, travando o ciclo natural da economia.

Embora o Ministério do Trabalho e Emprego demonstrar, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que a oferta de vagas formais vem se recuperando este ano, o número de postos de trabalho disponíveis ainda está longe do ideal. E o trabalhador, que não pode ficar sem dinheiro, se vira como pode. Entra em cena a informalidade, que tem sido a saída para a maioria das pessoas que, apesar de tanto procurar, não encontra emprego com carteira assinada.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que no 1º trimestre deste ano 236 mil pessoas estavam trabalhando com alguma atividade sem ter a carteira de trabalho assinada em Mato Grosso, número estável em relação ao mesmo período do ano passado, quando eram 238 mil. A quantidade de trabalhadores sem registro e com atuação na iniciativa privada passou de 162 mil para 167 mil. Nas estatísticas de trabalhadores sem registro formal também estão aqueles que decidiram abrir a própria empresa e ser o próprio patrão. Segundo a Pnad, eles somaram 385 mil ao fim do 1º trimestre, aumento de 3,4% sobre os 372 mil no mesmo período do ano passado.

A situação está tão complicada que o famoso "bico" voltou ao topo na lista de ocupações citadas pelos trabalhadores brasileiros. Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais mostra que o percentual de consumidores que recorreram a alguma forma de trabalho extra ou bicos para complementar a renda passou de 57% para 64% no 1º semestre deste ano. Nas classes C, D e E, essa proporção é ainda maior e chega a 70% dos entrevistados.

A pesquisa revela que, mesmo com os indicadores econômicos "entrando nos eixos", 5 em cada 10 (50%) dos entrevistados acreditam que as condições gerais da economia pioraram este ano em relação a 2017, um aumento de 12 pontos percentuais. Quando avaliam a própria situação, 44% dizem que também houve piora, 8 pontos percentuais a mais que no mesmo intervalo do ano passado.

E a consequência de todo esse cenário negativo é apresentado na própria pesquisa, em que mostra que 83% dos brasileiros fizeram algum corte no orçamento para enfrentar a crise. A crise exigiu e ainda exige muito sacrifício por parte das famílias, além de ter testado a capacidade de adaptação da vida financeira. Se antes as famílias reservavam algum valor para lazer e entretenimento, agora simplesmente eliminaram esses gastos e passaram a otimizar a renda, priorizando as despesas essenciais com alimentação, moradia e transporte.

Vale lembrar que 2018 é ano de eleição presidencial, em que as propostas para superação da crise apresentadas pelos candidatos terão mais atenção dos eleitores e poderão ser decisivas na hora de escolher o novo presidente. Olhos e ouvidos bem abertos!

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