Solano trindade foi um poeta pernambucano que se engajou nas lutas do movimento negro entre as décadas de 1930 e 1960 . sua obra foi fortemente influenciada pelas reflexões acerca da condição social do negro no Brasil. Leia novamente o poema e explique de que maneira Trindade ressignificou a imagem do negro em seus versos.
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Resposta:
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Explicação:
Em 1936, entusiasmado com os movimentos em prol da consciência negra, que se espalhavam nas principais cidades do país, funda a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-Brasileira, juntamente com o poeta Ascenso Ferreira, o pintor Barros e o escritor José Vicente Lima. Esse órgão tinha como objetivo, dentre outros, promover a pesquisa da afrodescendência na cultura e na história, buscar a expressão afro-brasileira na literatura e nas artes em geral, além de promover a divulgação de intelectuais e artistas negros. Em seu documento de fundação, o Centro de Cultura Afro-brasileira proclama: “não faremos lutas de raças, porém ensinaremos aos irmãos negros que não há raça superior, nem inferior, e o que faz distinguir uns dos outros é o desenvolvimento cultural. São anseios legítimos a que ninguém de boa fé poderá recusar cooperação.” (Apud FARIA, in: TRINDADE, 1981, p. 15).
Ainda em 1936, estréia na literatura com a publicação de Poemas negros. Editada em Recife, a coletânea de Solano Trindade polemiza com o livro homônimo do também nordestino Jorge de Lima, lançado no mesmo ano e trazendo a público o discutido poema "Nêga Fulô".
Na década seguinte, depois de passar por Belo Horizonte e Porto Alegre, fixa residência no Rio de Janeiro, onde se integra aos círculos literários e culturais e trava conhecimento com outros artistas afrodescendentes. Em 1944, lança seu segundo livro, Poemas d’uma vida simples, que obteve boa repercussão junto à crítica da época. Amante devotado das formas populares de representação, o poeta assiste à criação do TEN – Teatro Experimental do Negro – fundado em 1944 por Abdias Nascimento.
Em 1950, Solano Trindade funda em Caxias, na Baixada Fluminense, ao lado da esposa, Margarida Trindade, e do sociólogo Edison Carneiro, o Teatro Popular Brasileiro, que contava com um elenco formado por domésticas, operários e estudantes e tinha como projeto estético-ideológico "pesquisar na fonte de origem e devolver ao povo em forna de arte." Ainda na década de 1950, os espetáculos de canto e dança apresentados pelo TPB foram levados a vários países da Europa.
Em 1958, lança seu terceiro livro, Seis tempos de poesia, publicado em São Paulo.
A partir dos anos 1960, o poeta passa a residir em Embu, nas cercanias de São Paulo. Ato contínuo, deflagra grande movimentação artística e cultural na cidade. Espetáculos sucedem-se, atraindo público da capital e estimulando o desenvolvimento da pintura e do artesanato locais. A pequena Embu transforma-se mais tarde em “Embu das Artes” e vira atração turística.
Em 1961, sai o quarto livro, Cantares ao meu povo, cujos originais haviam sido enviados a Roger Bastide, um dos primeiros estudiosos da poesia afro-brasileira, que se encanta com os poemas.
Doente e cansado, Solano Trindade deixa Embu para residir em São Paulo. Termina seus dias pobre e esquecido numa clínica no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1974, vítima de pneumonia.