Sobre os exercícios de Gramani, alguns conselhos foram mencionados, “[...] podemos (e devemos!) utilizar suas ideias pedagógicas e musicais para o tra
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Resposta:
Palavras-chave: José Eduardo Gramani. Rítmica. Composição.
Os livros de José Eduardo Gramani são conhecidos e estudados por muitas faculdades do
brasil, infelizmente, muita das vezes de forma contraditória com as ideias do próprio autor. “[...]
suas propostas que vão além do ensino de rítmica como uma mera ferramenta para
aprimoramento da leitura musical.” (FIAMINGHI, 2018).
Ler, estudar e avaliar os exercícios proposto por Gramani em seus dois livros – Rítmica (1988)
e Rítmica viva: a consciência musical do ritmo (1996) – de forma metódica, com o único objetivo
de adquirir virtuosismo na execução e leitura rítmica, é de certa forma um empobrecimento e um
aproveitamento superficial do conteúdo neles dispostos. O próprio autor critica: “Acredito que o
problema maior seja o seguinte: os métodos de ensino preocupam-se muito com a ‘matéria’ a ser
ensinada e quase nada com o sujeito que se dispõe a aprendê-la” (GRAMANI, 1996. p. 83). Esta
afirmação revela uma preocupação com a não subjetividade do aluno(a) que estuda seus livros.
O método “anti-metódico”. É importante explicar este título, pois Gramani nunca negou em
seu conteúdo ser um método, mas defendia alguns valores divergentes do mesmo.
Essa aparente contradição precisa ser entendida para não incorrermos no equívoco de tomar os
seus clamores contra os métodos – “Método – que remédio?” (GRAMANI, 1996. p. 11) – como
uma negação da racionalidade. Não. Gramani não é contra a razão, mas contra a razão
dissociada do sensorial. Sua batalha é contra o esvaziamento de um fenômeno sensorial como a
música em um ato racionalista desvinculado de sentido semântico. (FIAMINGHI, 2018. p. 25)
Em seu artigo, Fiaminghi fala sobre a preocupação da má interpretação de Gramani: “Logo no
texto introdutório de Rítmica (1988), seu primeiro livro, Gramani expressa a preocupação em
desconstruir o viés técnico-musical que sua proposta de educação polirrítmica poderia suscitar.”
(FIAMINGHI, 2018). Pode-se perceber que a execução, mesmo que perfeita, dos exercícios
ainda não é o fim, há muito mais para se estudar e interiorizar além disso.
O estudante deve desenvolver não apenas uma invejável capacidade de leitura e execução
rítmica, mas também aprimorar uma capacidade que está além disso, sentir o pulso e o ritmo
escrito, tornando assim, sua interpretação mais orgânica e não robótica.
[…] a notação rítmica, um código que, se mal-interpretado, pode significar apenas um conjunto de
sinais para grafar as durações dos sons. E é com base nessa interpretação parcial da codificação rítmica
que a grande maioria dos trabalhos é estruturada. Nota-se, então, um salto retroativo de qualidade:
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LIMA, Francisco Gabriel da Silva. Gramani, o método “anti-metódico” de rítmica: a assimetria no estudo e na
composição rítmica musical. Nov. 2018. A produção deste artigo foi solicitada na aula de regência II, ministrada pela
Prof. Dra. Cristina Emboaba. (tema livre)
Graduando da 4° fase de Licenciatura em Música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
Florianópolis, SC.
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