sobre o texto vida metropolitana
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Resposta:
Para Simmel, a vida em sociedades urbanizadas é capaz de gerar consequências psicológicas nos indivíduos que dividem os espaços das cidades. A maioria dessas consequências é nefasta, e para defender-se, os habitantes metropolitanos são levados a adotar uma série de comportamentos, como o distanciamento das relações afetivas. Juntamente com maior liberdade, o século XVIII exigiu a especialização funcional do homem e seu trabalho; essa especialização torna o indivíduo incomparável a outro e cada um deles indispensável na medida mais alta possível. A cidade sempre foi a sede da economia monetária, pois dá importância aos meios de troca em decorrência da sua multiplicidade e concentração. O intelecto e o econômico se associam, qualificando como prosaico tratar diferenciadamente os homens e as coisas e opondose, por sua racionalidade, à genuína individualidade. Nesse sentido é que Londres foi chamada a cabeça da Inglaterra, mas não seu coração. A metrópole extrai do homem, enquanto criatura que procede a discriminações, uma quantidade desconsciência diferente da que a vida rural extrai. Nesta, o ritmo da vida e do conjunto sensorial de imagens mentais flui mais lentamente, de modo mais habitual e mais uniforme.
O que para o homem primitivo foi à luta com a natureza visando à autopreservação, para o homem moderno é uma luta entre o interior e o exterior, entre o individual e o supra individual. Simmel afirma: \u201cA metrópole altera os fundamentos sensoriais da vida psíquica\ O tipo metropolitano está exposto a uma quantidade muito maior de estímulos nervosos do que o homem do campo, para o autor a oposição da cidade grande com o campo é a oposição entre o mais rápido e o mais lento, entre o habitual e o nunca habitual, devido a mudanças constantes de imagens, sons, entre outros. Desta forma, poderia haver uma espécie de \u201coverdose\u201d de estímulos nervosos, isto implicaria em uma desestabilização emocional. Sendo assim, postula-se que os sujeitos adotem certa vida mental para que consigam continuar vivendo nesta sociedade. Uma consequência é o distanciamento das relações afetivas. Dentro deste contexto, o autor cita o processo de intelectualização, a reserva e a atitude blasé
A intelectualização consistiria em um calculismo da vida moderna, que permite o funcionamento da máquina metropolitana integrando todas as atividades e relações. Nesse contexto, caracteres de impulsos irracionais são conflitantes à vida típica da cidade. Ela é uma estrutura da mais alta impessoalidade. Para o autor o homem metropolitano desenvolve um órgão que é capaz de protegê-lo das discrepâncias ameaçadoras da ambientação externa. Este órgão é o \u201cintelecto\u201d, e se situa nas camadas superiores do psiquismo, sendo a mais adaptável de nossas forças interiores; daí ouvimos tanto a frase de que as pessoas na metrópole reagem mais com a razão de que com o coração. \u201d. Outra atitude do tipo metropolitano é a blasé, que consiste no embotamento do poder de discriminar. Tem sua essência mais profunda na cidade grande, pois é onde a economia monetária encontra-se completamente instalada.
O calculismo da vida moderna permite o funcionamento da máquina metropolitana integrando todas as atividades e relações. Nesse contexto, caracteres de impulsos irracionais são conflitantes à vida típica da cidade. Ela é uma estrutura da mais alta impessoalidade, o que promove uma grande subjetividade blasé (tédio). O hedonismo torna uma pessoa entediada porque agita os nervos até que percam a reação e a energia apropriada às novas sensações. A economia do dinheiro contribui para a atitude blasé ao neutralizar o poder de discriminar, pois o dinheiro é a rasoura pela que se nivela todas as diferenças qualitativas em termos quantitativos.
Assim, acontece o distanciamento cada vez maior dos concidadãos, muitas vezes através de uma espécie de desconfiança excessiva de uma atitude de reserva em face às superficialidades da vida metropolitana; Essa reserva seria o fator que, aos olhos de pessoas de cidades pequenas, faz com que as pessoas das metrópoles pareçam frios e até antipáticos; Esse cenário de frieza e distância, quando comparamos com o modo de vida no campo, vem junto com a presença massificante do dinheiro, como medida de todas as coisas; Tudo perde o encanto, a cor, o caráter único, para se tornar um preço; até mesmo os relacionamentos pessoais são afetados por esta lógica monetária;