Sobre o que diz este poema, qual é o contexto?
A cidade mancava de uma rua até certo ponto;
depois os cupins a comiam
A gente vivia por fora como asa
Rã se media na pedra
Ali, eu me atrapalhava de mato como se ele
invadisse as ruínas de minha boca e a enchesse
de frases com morcegos
Saudade me urinava na perna
Um moço de fora criava um peixe na mão
Na parte seca do olho, a paisagem tinha formigas
mortas
Eu era sempre morto de lado com a cabeça virada
pro mar e umas gramas de borboletas amarelas
Estadistas gastavam nos coretos frases furadas,
já com varetas no ânus
A terra era santa e adubada
As mulheres tratavam-nos com uma bundura
extraordinária
Tudo se resolvia com cambalhotas
Um homem pegava, pra fazer seu retrato, pedaços
de tábua, conchas, sementes de cobra
O outro capengava de uma espécie de flor aberta
dentro dele
Um outro não podia atravessar a rua sem apodrecer
E um sexto ficava de muletas toda noite para
qualquer lagartixa
Do alto da torre dizia o poeta: eu faço uma
palavra equilibrar pratos no queixo…
Assim, borboletas chegavam em casa quase mortas
de silêncio
E as garças eram tarde demais.
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Resposta:
O contexto do texto é sobre o abandono dos moradores com a sua cidade.
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