sobre o filme Tempos Modernos destacando a situação social dos trabalhadores das fábricas , condições de trabalho e as formas de luta e a opressão dos burgueses e da polícia em relação às manifestações dos trabalhadores.
Soluções para a tarefa
Resposta/Explicação-passo a passo;
Neste artigo iremos apresentar uma analise do filme “Tempos Modernos”, do ano de 1936, com base nos conceitos do filósofo Karl Marx, nascido em 1818.
Marx é conhecido como o fundador da doutrina comunista. Ao contrário dos outros filósofos, não buscava compreender o mundo, mas sim modifica-lo por meio da luta de classes, esse seria o grande motor da história. Sobre o poder politico, dizia que era “o poder organizado de uma classe social para a opressão de outra”, mas especificamente era o poder concentrado nas mãos de uma minoria, a burguesia, utilizado para manter seus interesses econômicos, oprimindo a maioria, os proletariados. Porém, Marx acreditava que quando a classe social oprimida tomasse conhecimento de que poderiam modificar o mundo, tomariam o poder, instaurando o socialismo.
Dentro deste conceito de ebulição social, explicado por Marx, é feito o filme “Tempos Modernos”, que conta a história de Carlito, um trabalhador fabril que acaba alienado por seu trabalho. O filme se passa no inicio da Revolução Industrial, onde a maquina a vapor além de desencadear uma revolução tecnológica provocou mudanças drásticas nos hábitos, costumes e valores dos trabalhadores da época.
Em sua jornada, Carlito encontra uma jovem órfã de mãe, com duas irmãs pequenas e o pai desempregado, tem que realizar pequenos furtos para sobreviver. Juntos, começam a alimentar o sonho de serem felizes e para isso teriam que ter um bom emprego e uma casa própria (ideais capitalistas). O filme segue com as personagens tentando realizar seu sonho, dispostos a tudo, Carlito acaba preso cinco vezes e falha em todos os trabalhos que consegue.
Relação dos conceitos de Karl Marx com o filme “Tempos Modernos”
“Tempos Modernos”, foi feito em 1936 e faz uma analogia à época da Revolução Industrial. Nesta época o artesão é substituído pelo operário que não tem mais noção do que a sua força de trabalho produz, já que desempenhava uma função isolado processo global de fabricação de um determinado bem material. Segundo Marx, o operário recebia um salário tão baixo que nem ao menos dava para adquirir aquilo que passou dias produzindo na esteira fabril. Esta diferença entre o valor final do produto e o valor da força de trabalho do operário é denominada de mais valia por Marx.
O filme tem inicio com Chaplin trabalhando em uma metalúrgica, sua função na linha de montagem era apertar parafusos. Após reproduzir tal tarefa inúmeras vezes, o trabalhador acaba alienado e com uma crise nervosa, para Marx isso é extremamente contraditório, pois o trabalho deveria ser fonte de realização para o ser humano. Essa cena demonstra como o homem era submisso ao ritmo imposto pela máquina (esteira de montagem).
O fato de a personagem, Carlito, sair do ambiente de trabalho, reproduzindo o mesmo movimento realizado na esteira fabril, faz uma metáfora sobre como o homem se transforma em uma mera extensão da máquina e assim, é desumanizado pelo sistema capitalista, pois perde sua capacidade de discernimento e, portanto, é incapaz de pensar. Funciona como uma engrenagem do sistema e, ainda, perde a autoria sobre o produto final. Meio ao drama vivido por Carlito, estão acontecendo diversas greves protagonizadas por operários desempregados, uma verdadeira ebulição social. Marx acreditava na filosofia da história, onde o proletariado, cansado de ser oprimido pelo capitalismo, se revoltaria, instaurando um estado forte e socialista para mais tarde acabar com o próprio Estado e com qualquer meio de dominação sobre o povo, essa fase seria o Comunismo. Porém só seria possível derrubar o sistema capitalista com as greves e revoltas dos operários, em outras palavras, a luta de classes seria o motor da história.
O filme é muito interessante nesse sentido: de demonstrar a dialética predominante na época. Consistia em operários oprimidos trabalhando para burgueses opressores. Ai está o motor da história, como Marx o definiu. Para Marx, essa época seria um terreno fértil para revolução, onde quanto mais opressão, mais forte seria a tomada de consciência do proletário, como se vê numa das cenas de protesto em que Carlito é preso.