Sobre a sexualidade a partir da questão étnico-racial no Brasil, observe o seguinte trecho:
" Ao menos até a década de 1920, 'muitos psiquiatras brasileiros continuaram acreditando que os 'males' decorrentes da civilização e do progresso [...] estavam entre os principais fatores responsáveis pela crescente degeneração e pela proliferação das doenças mentais nas sociedades modernas' (ENGEL, 1998-1999, p. 551). Eles também afirmavam que os negros, e principalmente os mestiços, predispunham-se à loucura e que todos os considerados 'incapazes' de se adaptarem às normas sociais eram degenerados" (MISKOLCI, Richard. O corte da sexualidade - a emergência do dispositivo de sexualidade no Brasil. Anais 26ª RBA (Reunião Brasileira de Antropologia, p. 4-5, 2008. Disponível em : . Acesso em 13 out. 2016).
Sobre o texto-base acima, é correto afirmar que:
Alternativas:
a)
a ciência também contribuiu para a produção de discursos que normatizavam o que era civilização e progresso a partir do modelo da miscigenação e degeneração.
b)
o que mais influenciou para se acreditar que de fato negros tinham maior vigor físico e virilidade exacerbada foi justamente sua capacidade de trabalhar em sociedades escravistas.
c)
a ciência procurou combater a escravidão utilizando-se de estudos que comprovavam que a degeneração era decorrência dos maus tratos.
d)
as normas sociais foram o principal foco de produção do discurso sobre civilidade versus degeneração.
e)
a degenaração é fruto da mão de obra escrava e sua resistência ao trabalho na lavoura e no cultivo de café.
2)
As relações de gênero apontam as concepções de gênero que homens e mulheres internalizam ao longo de sua vida e que está muito além das relações de dominação simplesmente. Assim, anuncia a pesquisadora feminista brasileira Heleith Saffioti, quando diz:
"porque o machismo não constitui privilégio de homens, sendo a maioria das mulheres também suas portadoras. Não basta que um dos gêneros conheça e pratique atribuições que lhes são conferidas pela sociedade, é imprescindível que cada gênero conheça as responsabilidades do outro gênero" (Saffioti, 1992, p. 10).
Nesse sentido, nos constituímos por meio das relações com os outros na objetividade do mundo, configurando uma identidade pessoal, uma história de vida, um verdadeiro projeto de vida, por isso ser menino ou menina também conformar as referências iniciais do mundo. Porque não somos, mas estamos querendo ser algo a partir dessas referências.
(SAFFIOTI, Heleith I.B. Rearticulando gênero e classe social. In: COSTA, A.O. ; BRUSCHINI, C. (Orgs.) Uma Questão de gênero. São Paulo ; Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1992)
Assinale a alternativa que discute corretamente as ideias da pesquisadora brasileira Heleith Saffioti:
Alternativas:
a)
gênero como relações de poder onde o homem submete a mulher a partir de pressupostos machistas, sexistas e excludentes.
b)
gênero como uma categoria relacional produzida historicamente e com o qual vai se tornando homem ou mulher.
c)
gênero como expressão maior do machismo.
d)
gênero como parte da história de vida de alguém, que vai se conformando com as regras impostas pela sociedade.
e)
gênero como lugar do homem e da mulher, ensinando o que cada um deve fazer e ser na sociedade
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Resposta da 1ª questão:
Letra a)a ciência também contribuiu para a produção de discursos que normatizavam o que era civilização e progresso a partir do modelo da miscigenação e degeneração.
Esse foi um discurso que perdurou durante muito tempo e que ainda hoje percebemos resquícios, através de preconceitos. É uma imagem que precisa ser apagada completamente, pois a ciência se mostrou bastante falha em relação a esse assunto.
A resposta dessa questão percebemos pelo fragmento mesmo, que dá pistas logo no início.
Resposta da 2ª questão:
Letra b)gênero como uma categoria relacional produzida historicamente e com o qual vai se tornando homem ou mulher.
Percebemos essa resposta pela contextualização e por pistas dadas pelo fragmento "nos constituímos por meio das relações com os outros na objetividade do mundo [...]".
A pesquisadora brasileira Heleith Saffioti traz uma reflexão mais abrangente e atual acerca da concepção de gênero em resposta à predominante dualidade homem e mulher.
Letra a)a ciência também contribuiu para a produção de discursos que normatizavam o que era civilização e progresso a partir do modelo da miscigenação e degeneração.
Esse foi um discurso que perdurou durante muito tempo e que ainda hoje percebemos resquícios, através de preconceitos. É uma imagem que precisa ser apagada completamente, pois a ciência se mostrou bastante falha em relação a esse assunto.
A resposta dessa questão percebemos pelo fragmento mesmo, que dá pistas logo no início.
Resposta da 2ª questão:
Letra b)gênero como uma categoria relacional produzida historicamente e com o qual vai se tornando homem ou mulher.
Percebemos essa resposta pela contextualização e por pistas dadas pelo fragmento "nos constituímos por meio das relações com os outros na objetividade do mundo [...]".
A pesquisadora brasileira Heleith Saffioti traz uma reflexão mais abrangente e atual acerca da concepção de gênero em resposta à predominante dualidade homem e mulher.
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