Sobre a luta pela reforma agrária, conduzida pelos irmãos Graco, responda:
a) quais foram as principais leis aprovadas em Roma para minimizar os conflitos agrários?
b) Por que essas leis foram rejeitadas pelos grandes proprietários de terras?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Os irmãos Graco são conhecidos reformadores romanos que tentaram realizar a reforma agrária e outros tipos de reformas em benefício dos pobres. Ambos, chamados Tibério e Caio, foram eleitos tribunos da plebe e acabaram sendo vítimas dos senadores insatisfeitos com as medidas defendidas por eles.
Os irmãos Graco
Tibério Graco e Caio Graco foram os irmãos que procuraram realizar reformas sociais em Roma, de forma a promover uma melhor distribuição de recursos. A tensão causada pela atuação de ambos foi gigantesca, conforme veremos a seguir.
Tibério Graco
Em 133 a.C., Tibério Graco foi eleito tribuno da plebe, um importante cargo político que tinha surgido em Roma, em 494 a.C. O tribuno da plebe foi uma das conquistas dos plebeus romanos durante a república romana, e esse cargo atuava para legislar em defesa dos plebeus e impedir que senadores e magistrados tomassem medidas que prejudicassem o povo.
Quando foi eleito, Tibério Graco passou a atuar para promover uma reforma agrária. A sua ideia era tomar terras de quem as possuísse em excesso e distribuí-las para aqueles que não as possuíam. A historiadora Mary Beard afirma que Tibério pode ter sido convencido da necessidade de realizar essa reforma durante uma viagem que o fez passar pelo norte da Península Itálica|1|.
Isso porque, na visão de Tibério, os camponeses lutavam nas guerras para o seu próprio desalojamento, pois, empobrecidos, quando voltavam não tinham mais condições de permanecer nas suas terras. Não obstante, existem algumas controvérsias sobre se as intenções de Tibério eram de fato essas.
Há algumas teorias que apontam que Tibério pode ter promovido a reforma por vingança ou apenas como modo de promover-se publicamente. O primeiro caso relaciona-se com uma possível proposta de paz, trazida por ele, que foi rejeitada pelo Senado. Essa proposta tinha relação com um conflito que acontecia na Hispânia. Humilhado por ter seu tratado rejeitado, Tibério pode ter tentado vingar-se defendendo uma medida que prejudicaria diretamente os senadores.
Independente das suas motivações, uma proposta de reforma agrária foi apresentada por ele em 133 a.C., logo depois de ser eleito. Ela consistia em limitar as propriedades rurais ao tamanho máximo de 500 iugera (correspondente a 120 hectares), as que excedessem aos 500 iugera seriam desapropriadas por Roma e distribuídas para famílias de camponeses pobres em lotes de, no máximo, 30 iugera (algo em torno de 7 hectares).
Essa ideia chamou a atenção do Senado de maneira imediata, uma vez que todos os senadores eram de famílias abastadas e donas de muitas terras. Tibério atuou energicamente para que sua proposta fosse aprovada, o que agravou mais ainda sua relação com os senadores. No fim, Tibério foi nomeado para a comissão responsável pela reforma agrária.
A relação de Tibério com o Senado piorou quando ele decidiu utilizar recursos do rei de Pérgamo, falecido naquele ano. Esse rei tinha deixado toda a sua riqueza para o povo de Roma, e Tibério solicitou-a para conduzir a reforma, uma vez que os senadores estavam negando-se a liberar verbas para a sua comissão.
Em 132 a.C., Tibério decidiu disputar a reeleição ao cargo de tribuno da plebe. Isso não era permitido na época, porque os romanos temiam que poderia levar à acumulação de poder. Assim seus inimigos organizaram um bando que atacou o representante do povo e seus apoiadores na rua, o que resultou no assassinato de Tibério com pauladas.