Sobre a gripe espanhola, quais os principais efeitos políticos, econômicos e sociais?
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Resposta:
Explicação:
Econômico:
É importante levar em conta que a gripe espanhola teve impacto negativo nos níveis de atividade econômica, emprego e renda nos países europeus e nos Estados Unidos no curto prazo, o que faz com que os efeitos econômcos das duas crises – a gripe espanhola – se confundam em 1918 e 1919. Embora os dados econômicos da época sejam escassos, alguns estimam que o impacto negativo da gripe espanhola no PIB mundial foi de 6%, e no consumo agregado, este impacto chegou a 8%[5]. Cerca de doze países sofreram desastres macroeconômicos baseados na queda do PIB e oito sofreram desastres similares baseados na queda do consumo. Isto tornaria a gripe espanhola o quarto evento com maior impacto econômico negativo desde 1870.
Politíco:
No caso dos Estados Unidos, o gráfico abaixo mostra o impacto da gripe espanhola no nivel de renda per-capita ajustado pela inflação. Verifica-se que o nível de renda que vinha crescendo em 1917 se estagna em 1918, seguido de uma queda em 1919 que foi o ano onde o impacto econômico da segunda onda da pandemia ocorreu com maior intensidade. A estagnação econômica continuou em 1920, provavelmente por efeitos da pandemia associados ao mercado de trabalho. Mas mesmo assim há claras razões para pensar que a gripe espanhola teve menos impacto econômico do que uma grande pandemia teria agora. Se por um lado, a reorganização da indústria trazida pela guerra gerava mais trabalho para todos, apesar de certas indústrias sofrerem grandes perdas, por outro, a elevada mortalidade de trabalhadores trazida pela gripe fez os salários subirem para aqueles que sobreviveram.
Era necessário emoldurar a doença para torná-la compreensível e emocionalmente mais tolerável. Entretanto, nem a população, nem os serviços sanitários foram capazes de lidar com a violência imposta pela espanhola, que acabou instaurando um quadro de desordem pública. Isso porque não se tinha uma resposta positiva para dar à nova peste que recaía sobre a cidade. Tal fato possibilitou o surgimento de um quadro de tensões sociais, criando uma atmosfera de medo, incompreensão e colapso social que se instaurou na capital federal.
Social:
O caos social acabou sendo amplamente explorado, não só pelos jornais, mas também por grupos políticos de oposição ao governo Wenceslau Braz. O quadro de insatisfações se tornou cada vez mais agudo devido à morosidade no estabelecimento de medidas profiláticas e às limitações estruturais das instituições sanitárias que se encontravam totalmente despreparadas e desaparelhadas para dar combate à doença. A escassez de verbas11 destinadas à saúde pública dificultava a implementação, o aparelhamento e a manutenção de instituições e projetos de saúde pública, contribuindo para a limitação dos socorros públicos durante a epidemia. O atendimento da população acabou dependendo, na maior parte do tempo, da iniciativa das esferas privadas: igrejas, escolas, clubes e a Cruz Vermelha Brasileira.