Filosofia, perguntado por natanaelsilva21, 1 ano atrás

Sobre a existência do deus da bíblia, já que existem outros milhares por aí. O que leva as pessoas a acreditarem nisso? Sendo a própria bíblia, palavra que seria inspirada por esse deus, cheia de contradições e absurdos?

Soluções para a tarefa

Respondido por viny24
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imagine a vida sem alguma coisa pra acreditar, ou se acontece algo de inacreditável com você, teria que ter algo por traz disso? talvez
Eu estou lendo um livro muito interessante que é "Deus não está morto" que alega que a maioria dos ateus sempre que algo de ruim que acontece eles culpam a Deus então como eles culpam uma coisa se ela não existe.
É a bíblia ele depende de várias interpretações não e válida apenas uma.
você acredita na que mais faz sentido pra você.
É fé e você acreditar sem questionar.

natanaelsilva21: A vida sem algo sobrenatural para mim não tem problema algum. Nunca aconteceu nada comigo que não pudesse ser explicado logicamente. Ateus não acreditam em deus, logo não culpam deus por nada. Jamais vou acreditar em algo sem questionar, me desculpe mas, isso na minha opinião, é burrice.
natanaelsilva21: Mesmo assim, obrigado pela sua resposta.
Respondido por Henggo
2
Pelos fundamentos filosóficos (e também psicológicos) é da natureza do ser humano buscar respostas para questões existências. É por isso que vamos ter as histórias, que se transformam em lendas que se transmutam em mitos. De certo modo, se desconsiderarmos o caráter histórico (em outras palavras o que de fato é ou não "real" nos textos bíblicos), acreditar em Deus faz parte dessa busca, desse anseio por conhecer o meio natural e através disso compreender a própria existência.

Claro: a Bílbia de fato é cheia de contradições e, é necessário reconhecer, é a base de muitos preconceitos ainda vigentes na sociedade. Então vem a sua questão - o que as leva a creditarem nisso? Para mim, é pelo lado "humano" dos textos bíblicos.

Explico: é notório que parte da Bíblia foi escrita com base em tradições estabelecidas naquela época; tradições HUMANAS. Assim, o enredo bíblico reflete a "alma" das pessoas daquele meio social, daquela cultura. Ao envolver esses conceitos (todos eles) com um lado místico (Deus), o ser humano tende a aceitá-los como verdade absoluta.

E aqui entra outro ponto importante: a história da igreja católica. É sabido que no início, com o domínio do cristianismo sobre as demais religiões, em um começo no qual não havia uma diferenciação entre religião e estado, e a igreja buscava a todo custo moldar a mente das pessoas (vide na História da Arte que a imagem que temos hoje do diabo é uma "encomenda" dos papas aos artistas), a figura de um Deus onipotente e castigador era preponderante. Some a isso a falta de acesso das pessoas ao conhecimento e você terá gerações e mais gerações que passaram muitos séculos acreditando nessas ideias.

Com o início da Reforma de Lutero há uma quebra nesses pilares, mas a questão de "manutenção do poderio religioso através do medo, do pecado", permanece.

Em resumo, o que quero dizer é que você tem de um lado o caráter natural do ser humano em busca de "algo maior" somado à uma prática milenar , secular, em que Deus passa do "puro amor", de uma "divindade maior e atemporal", para um deus "castigador, punitivo e que seria a única fonte de salvação" (única até mesmo sobre outras divindades!). Portanto, acreditar no Deus bíblico, seguir os preceitos religiosos e manter-se fiel àqueles dogmas seria uma forma de "salvação" e até hoje fugir desses conceitos se torna um verdadeiros martírio.

É por isso que costumo afirmar que Deus é divino, mas a religião é humana - acima disso, é apenas um MEIO (um dentre vários) para se alcançar o Supremo e não um FIM.

E um desses meios é questionar, com certeza.



natanaelsilva21: Muito esclarecedor, obrigado por sua resposta.
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