História, perguntado por HaroldoOli2936, 1 ano atrás

sistema colonial organização política função econômica e realidade social

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Respondido por zpablow
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O Período Pré-Colonial: A fase do pau-brasil (1500 a 1530)

A expressão “descobrimento” do Brasil está carregada de eurocentrismo, além de desconsiderar a existência dos índios em nosso país antes da chegada dos portugueses. Portanto, optamos pelo termo “chegada” dos portugueses ao Brasil. Esta ocorreu em 22 de abril de 1500, data que inaugura a fase pré-colonial. Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da mata Atlântica.

O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o escambo, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).

Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha que dividiu as terras recém descobertas em 1494). Os corsários também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.

Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.

No ano de 1530, o rei de Portugal organiza a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.


A Ordem Social

A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.

Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos). Havia também, em algumas regiões indivíduos que eram livres, muitos deles brancos, outros mestiços e alguns poucos negros libertos. Podemos encontrar algumas diferenças entre as regiões brasileiras no que se refere à maneira como se organizavam as sociedades. Nas regiões mineradoras a sociedade era urbana e havia um maior número de pessoas pertencentes à classe intermediária. Na zona canavieira, esta classe se reduzia à presença do feitor e de algum caixeiro viajante. Nos engenhos ficava nítida a separação entre os senhores e os escravos.


A organização do Poder Político

Em frente ao grande desenvolvimento do comércio oriental, deu-se o descobrimento do Brasil. Após as primeiras viagens, Portugal percebeu que o Brasil não estava em condições de oferecer lucros imediatos (como o lucro conseguido através da venda do ouro). Além disso, o Brasil não constituía mercado consumidor para os produtos europeus. Por essas razões, nos primeiros trinta anos, Portugal limitou-se ao reconhecimento da terra e à manutenção de sua posse, estes, com expedições para intenso contrabando de pau-brasil.

Através de disputas de outros países, Portugal resolveu povoar a nova colônia visando preservar a posse, já então disputada pelos holandeses, ingleses e franceses. O grande impulso para esta decisão, foi através do grande declínio do comercio português no Oriente, assim Portugal tinha que buscar novas alternativas comerciais.

Em 1530, partiu de Lisboa uma expedição comandada por Martim Afonso, na qual tinha como objetivo combater os franceses, explorar o litoral e iniciar efetivamente a colonização da terra. Funda-se a Vila de São Vicente em 1532. Com isso, em setembro do mesmo ano, Martim Afonso recebe uma carta de D. João III, comunicando que o território brasileiro seria dividido em extensas faixas de terra: as capitanias hereditárias. Com essa medida, Portugal procura garantir a posse de terra e tornar viável as explorações econômicas de sua Colônia, que se daria através do sistema colonial mercantilista.

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