História, perguntado por raquelgeny, 11 meses atrás

significado do termo historia e suas relações entre continuidade/permanência e ruptura/transformação nos processos históricos.

Soluções para a tarefa

Respondido por gbrufiniot5bur
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Olá Raquel, tudo bem? :)

Difícil definir história. Acredito que uma idéia que definiria – a na contemporaneidade seria de “processo”. “Processos que os homens passaram num determinado período e lugar”. A história seria fruto da ação do historiador pensar o tempo. Quem, o que, como ele é no tempo? E para saber, as vezes, você precisa saber o que deixou de ser.

 

Mas como não podemos voltar àquele exato momento onde tudo aconteceu; como não podemos ser “extemporâneos” como diria Nietzsche, ou seja, externo ao nosso tempo e aos valores sobre os quais fomos construídos, a História seria uma escrita, uma analise do passado sempre partindo do presente, para que essas experiências vividas possam orientar nossas ações e a construção de nosso futuro. Ela estaria entre nosso “espaço de experiência” e o “horizonte de expectativa”, segundo Koselleck e Jörn Rüsen.

 

Ao longo do século XIX, acreditamos que a historia seria única, a História de nossa nação, com seus heróis, fatos, mocinhos vencendo os bandidos e o presente, a formação do Estado nacional moderno seria esse grande ápice que atingimos e temos a honra de estar.

 

Mas sabemos que não foi bem assim. Sabemos por exemplo, que a formação do Estado brasileiro se deu sobre muito sangue indígena, negro, brasileiro mesmo. Não existe mais um consenso quanto a um processo, ao acontecimento de um fato. (Como dizia uma professora minha: “quando um fato acontece, ele se estilhaça em vários pedacinhos, ficando cada um com um pedacinho”)

 

E os termos continuidade/permanência, ruptura/transformação também são consciências que a escrita da história foi incorporando ao longo do tempo.

 

Braudel trouxe à historia a consciência dos “diferentes tempos”, das diferentes "durações" dos acontecimentos. Nessa obra ele olhou sobre o mediterrâneo e viu o quanto mudava quando olhava por “curtas”, “médias” e “longas” durações . E que isso poderia ser verificado de inúmeras maneiras.

 

As revoluções mesmo seriam processos de ruptura/transformação em fatores sociais, mas economicamente ou políticos poderiam permanecer a mesma coisa. Um exemplo foi a independência do Brasil. Havia um medo por parte da elite de acontecer com o Brasil o mesmo que houve com as colônias hispânicas. Assim, se preocuparam em criar uma transformação política mas sem modificar as estruturas e relações de poder já vigentes. Tornaram uma mudança branda como algo positivo. E essa visão perdurou por anos, ate 1930, quando um quadro de intelectuais comunistas começou a se debruçar sobre os processos e vê-los como revolução e lutas.

 

O historiador Geoffrey Barraclough em seu “introdução à história contemporânea” discorre mais detalhadamente a respeito. 

Se quiser, fica a dica ;)

E é uma leitura fácil. Vale a pena!

 

Abraço, Gabriel

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