Seu olhar, sempre que olhava a gente, parecia veludo na pele ou um pêssego na mão. Havia dias, porém, em que ela chegava na sala com um bico maior do que o de um tucano. Então, seus olhos ficavam perdidos no ar e, muitas vezes, seu olhar, como uma flecha, atravessava o peito de um de nós e seguia em frente, dirigido a lugar nenhum.
Quando isso acontecia, a turma – parecendo coisa combinada – ficava calada, quietinha, fingindo que estudava tabuada. Ou até estudando mesmo.
E ela, andando pela sala, suspirava pelos cantos, lendo seus livros de poesia ou escrevendo os poemas mais adequados no seu Caderno de Recordações.
Ela ficava parecendo uma tia mais nova ou uma prima mais velha, destas que a gente tem em casa e que a nossa avó fica dizendo, quando fala delas: “Adolescência, só com muita paciência!”
Uns poucos dias depois – e sem muitas explicações a dar – ela deixava seu quartinho de tristezas e, como uma heroína de história em quadrinhos, voltava luminosa para a sala.
A sala, então, virava primavera e a turma voltava a cantar e a saudar com tal ardor o seu retorno que era preciso a intervenção da diretora, que abria a porta da sala, de repente, e gritava para dentro: “Vamos parar com essa felicidade aí!”
Ziraldo. Uma professora muito maluquinha. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995.
De acordo com o texto, é correto afirmar que:
A
Quando a professora ficava triste, ela mandava os alunos estudarem a tabuada em silêncio.
B
A diretora da escola não se importava com o barulho que os alunos faziam nas salas de aula.
C
Os alunos eram adolescentes e gostavam de escrever em seus Cadernos de Recordações.
D
A professora parecia uma heroína das histórias em quadrinhos quando chegava feliz na sala de aula.
sofiamerloscardos:
urgenteeee
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Resposta: alternativa D
Explicação: espero te ajudado
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