Será que já no início do século passado existiam as Fake News? Identifique no texto a passagem que demonstra a existência de notícias falsas sobre possíveis tratamentos para a doença naquela época e faça uma comparação com as notícias falsas de possíveis tratamentos do COVID-19. URGENTEEE
Soluções para a tarefa
Resposta:
A primeira vítima da guerra é a verdade, afirma um velho ditado jornalístico. Embora o mais correto fosse dizer que a verdade é vítima recorrente em qualquer sociedade organizada, porque a mentira política é uma arte tão velha quanto a civilização. A verdade é um conceito fugidio na metafísica e mutante nas ciências – uma nova descoberta pode anular o que se dava como certo –, mas no dia-a-dia o assunto é bem diferente: há coisas que aconteceram, e outras que não; mas os fatos, reais ou inventados, influenciam a nossa percepção e opinião.
Desde a Antiguidade, verdade e mentira se misturaram muitíssimas vezes, e essas realidades falsas influenciaram nosso presente. Assim já escreveu o grande historiador francês Paul Veyne em seu ensaio Os Gregos Acreditavam em Seus Mitos? (Unesp): “Os homens não encontram a verdade, a constroem, como constroem sua história”.
Chegados a este ponto, convém fazer uma distinção entre notícias falsas e propaganda: ambas crescem e se multiplicam no mesmo ecossistema, mas não são exatamente iguais. A propaganda procura convencer, ser eficaz, e para isso pode recorrer a todo tipo de instrumento, da arte e do cinema aos pasquins e redes sociais. As notícias falsas, um dos ramos da propaganda, são diferentes: procuram enganar, criar outra realidade. A preocupação com a perpetuação desses equívocos e com os mecanismos que os criam e multiplicam não é nova: Réflexions d’Un Historien Sur les Fausses Nouvelles de la Guerre, (“reflexões de um historiador sobre a notícias falsas das guerra”, Allia, 2012) é o título de um pequeno e influente ensaio que Marc Bloch publicou originalmente... em 1921.
Esse historiador, assassinado pelos nazistas em 1944, foi um dos mais influentes do século XX. Impulsionou a Escola dos Anais, que mudou o foco da pesquisa do passado para a vida cotidiana, e retornou das trincheiras da Primeira Guerra Mundial alucinado com a importância que as notícias falsas haviam tido. Isso o levou a refletir sobre sua origem e difusão, num texto que poderia ter sido escrito na era do Brexit, de Vladimir Putin e de Donald Trump, nestes tempos das redes sociais e de mensagens virais. “As notícias falsas mobilizaram as massas. As notícias falsas, em todas as suas formas, encheram a vida da humanidade. Como nascem? De que elementos extraem sua substância? Como se propagam e crescem?”, escreve, para afirmar um pouco mais adiante: “Um erro só se propaga e se amplifica, só ganha vida com uma condição: encontrar um caldo de cultivo favorável na sociedade onde se expande. Nele, de forma inconsciente, os homens expressam seus preconceitos, seus ódios, seus temores, todas as suas emoções”. Em outras palavras, as notícias falsas necessitam de gente que queira acreditar nelas
Explicação:
A primeira vítima da guerra é a verdade, afirma um velho ditado jornalístico.
(Apenas um resumo do de cima)