Será que existe a neutralidade científica no conhecimento científico?
Vejamos.
A suposição da existência de uma ciência neutra e livre de condicionamentos ideológicos continua atual. Os defensores da neutralidade científica se apropriam de artifícios para se qualificarem como autoridades do saber, numa tentativa de imposição de seus argumentos.
A polêmica parece nova, mas é tão antiga quanto à ideia moderna de ciência. Na tradição herdada do Positivismo, a ciência é concebida como autônoma e isolada dos conflitos sociais. Sua hipótese básica é de que a sociedade humana funciona com base em leis naturais invariáveis, neutras e, portanto, independentes da ação humana. As classes sociais, as posições políticas, os valores morais e as visões de mundo dos sujeitos envolvidos são encaradas como empecilhos à objetividade científica e o pesquisador deve se esforçar para eliminar tais influências do meio social na sua pesquisa. Mas, como o pesquisador pode evitá-las, se ele é um ser social imerso na realidade, se a delimitação do seu objeto de estudo, as perguntas que faz e as interpretações que desenvolve já são influenciadas por sua história de vida, seus valores e sua visão de mundo?
A ciência não está isolada do mundo e os fenômenos sociais não podem ser explicados por leis naturais. O conhecimento científico é sempre transitório e socialmente relativo. A ciência reflete apenas uma maneira de pensar e, por isso, não é autônoma e não está isolada da luta de classes. O conhecimento de um fato conduz a posições morais e políticas e esses valores estarão presentes para o pesquisador, o tempo todo, durante o processo científico.
Então, qual o seu posicionamento em relação à neutralidade científica?
Não existe ciência de um lado e ideologia de outro, mas diferentes pontos de vista científicos, vinculados a diferentes pontos de vista de classe. Como não há critério absoluto para medir a cientificidade do conhecimento é através da publicidade crítica e no embate das ideias que os resultados de uma pesquisa podem ser avaliados tendo em vista sua correspondência com a realidade.
Portanto, mesmo que um conhecimento científico tenha sido aceito, ele deve permanecer em condições de ser refutado no momento em que outra leitura da realidade possa superá-lo. Ele não é, portanto, sinônimo da verdade ou um dogma, mas resultado provisório de uma investigação humana num determinado período histórico e social e, assim, suscetível a todas as ideias e valores presentes na sociedade.
A ideologia entendida como visão de mundo sempre estará presente no processo científico e seria muito ingênuo aceitar a hipótese de neutralidade dos intelectuais. Neste sentido, não é possível ao intelectual escapar da ideologia, seu conhecimento sempre estará ideologicamente situado. Mas, como o conhecimento científico é relativo e provisório, ele também está impregnado de valores e o cientista, consciente desta realidade, deve mover-se dentro dela para buscar o conhecimento objetivo e verdadeiro.
É necessário que o pesquisador tenha consciência da possibilidade de interferência de sua formação moral, religiosa e de sua carga de valores para que os resultados da pesquisa não sejam influenciados além do aceitável (RIBEIRO; CRUZ, 2003, p. 30).
Problema:
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É bastante interessante essa discussão sobre a neutralidade científica de modo que com certeza , quanto mais neutra seja a ciência melhor , a busca pela verdade apenas pela verdade independente de ponto de vista .
Todavia , somos influenciados à todo tempo por questões externas que sempre acabam mesmo que minimamente influenciando as nossas pesquisas de modo que é bastante interessante que tentemos minimizar essa influência sempre que possível .
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