Sempre considerei os maus tratos aos animais uma das piores atrocidades que o ser humano pode cometer. Tanto que a morte da cadela Baleia, narrada num dos capítulos do clássico “Vidas Secas”, foi para mim uma experiência terrificante — ainda mais quando descrita pela pena de um gênio como Graciliano Ramos.
Animais não podem defender-se sozinhos. Ficam reféns dos homens, da sua crueldade. Nem mesmo entendem por que apanham. Veem o seu dono e pensam logo em alguém que lhes há de dar amor, carinho, atenção. Que surpresa desagradável, então, é levar uma bordoada, um chute ou qualquer outro tipo de ataque. Quem bate não faz ideia de como sofre o animal. Quem bate não percebe como, pouco a pouco, a agressividade contamina-o.
Não é preciso ser um especialista para intuir a covardia daquele que maltrata um animal. Seja de que espécie for, a violência é censurável. É covarde quem espanca um cão doméstico com uma vassoura, ou deixa o gato a passar fome por miar demais. É igualmente covarde o dono do circo, que deixa o leão preso na jaula — doente, a definhar — ou que adestra o elefante espancando-o com uma vara de pau. Doméstico ou selvagem, pouco importa: a violência contra os animais é inaceitável.
Penso nas leis e fico sabendo que o direito os considera meros objetos. Mas que objetos são esses que nos trazem tanta alegria, tanta felicidade? Quem alguma vez supôs que uma panela pudesse ser sua companheira? Quem alguma vez viu um relógio abanar o rabo? E no entanto é comum ver o sujeito que sevicia um animal dar um tratamento de filho ao seu automóvel.
Por falar em carro, outro dia peguei uma carona com uma amiga. Saíamos do trabalho. Eu a aviso para desviar do buraco: “Cuidado, pode empenar a roda”. “Ah, nem me fala”, ela responde. “Já tive problemas demais quando atropelei uma cadela a caminho da universidade.” Então a interrompo antes que prossiga com a narrativa. Procuro mudar de assunto. Finjo existir outro buraco. Não havia. Queria mesmo era impedi-la de dizer-me os detalhes; recusava-me, por julgar demasiado doloroso, a imaginar o atropelamento. Quantos cães e gatos são atropelados todos os dias no trânsito violento do nosso País? Essa é uma estatística inexistente. Porque animais são objetos — e objetos são descartáveis. Podem ser para o direito e suas frias leis. Não o são para mim.
2. Quando o autor cita os capítulos do clássico "Vidas Secas" que narram a cadela Baleia, ele se refere a um:
A) Filme.
B) Desenho Animado.
C)Game
D) Livro
3. Segundo a frase: " Não é preciso ser um especialista para intuir a covardia daquele que maltrata um animal.", podemos afirmar que:
A) Maltratar um animal é um ato covarde.
B) Só os especialistas podem afirmar que alguém é covarde.
C) Intuir a covardia de quem maltrata animais requer testes específicos de personalidade.
D) É raro um covarde maltratar um animal.
4. Com a leitura do texto, quando o autor pensar nas leis sobre o assunto, ele se sente:
A) Esperançoso.
B) Alegre.
C) Indignado.
D) Violento.
5. Quando a amiga do autor fala que já teve problemas demais ao atropelar uma cadela a caminho da universidade, o autor
A) tenta fazê-la parar de falar sobre o assunto, para não sofrer com os detalhes.
B) a interrompe porque também quer contar uma história parecida.
C) pesquisa a última estatística sobre atropelamento de cães e gatos.
D) chega à conclusão de que, para ele, animais são objetos.
Soluções para a tarefa
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1
2 D ele se refere a um livro
3 A maltratar um animal e um ato covarde
4 C ele se sente indignado
5 D chega à conclusão de que, para ele, animais são objetos. acho que e isso mais estou em dúvidas entre a A e D na 5
3 A maltratar um animal e um ato covarde
4 C ele se sente indignado
5 D chega à conclusão de que, para ele, animais são objetos. acho que e isso mais estou em dúvidas entre a A e D na 5
miiihce:
Estou corrigindo minha prova do concurso público, e na prova coloquei A
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