Segundo santo Agostinho porque deus criou o mundo?
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A primeira condição para a busca do conhecimento de Deus é a boa fé, ou seja, alguém que com sinceridade busca se há fundamentos para tal coisa. Agostinho sabe que os dogmas não podem provar a existência de Deus e pressuposições morais, embora indispensáveis também não são suficientes. É importante assegurar um ponto de partida seguro e ele vai buscar esse ponto de partida na sua refutação ao ceticismo.
Para chegar à prova da existência de Deus, Agostinho, em sua obra O Livre Arbítrio, começa com a busca pelo que há de mais nobre no homem. Ele trabalha, em primeiro lugar, com as primeiras intuições do espírito, a saber: o existir, o viver, o entender. O diálogo acontece com a pessoa de Evódio. Não iremos tratar aqui de toda a discussão mas a conclusão dessa primeira parte. O entendimento é o que há de mais excelente no homem como esclarece-nos bem Evódio: “É verdade que a pedra existe e o animal vive. Contudo, ao que me parece a pedra não vive nem o animal entende. Entretanto, estou certíssimo de que o ser que entende possui também a existência e a vida e por isso não hesito em dizer: o ser que possui essas três realidades é melhor que aquele que não possui senão uma ou duas delas” (Livro I, cap. III).
Agostinho funda a evidência desta verdade na existência do próprio sujeito que duvida, abalando assim o ceticismo pela raiz, isto é, pelo mesmo ato que lhe serve de fundamento (o que mais tarde Descartes [séc XVII] vai defender como o cogito ergo sum – penso logo existo).
Esta primeira certeza, segundo Gilson, indica três verdades: visto que o sujeito que pensa não pode pensar sem viver, nem viver sem existir. Ele sabe que pensa, que vive e que existe (História da Filosofia Cristã, p. 154, Vozes).
Em resumo, Agostinho começa a busca pela verdade no próprio íntimo, como podemos ler em sua obra Confissões: “Em seguida aconselhado a voltar a mim mesmo, recolhi-me ao coração, conduzido por Vós. Pude fazê-lo, porque Vos tornastes meu auxílio.
Entrei, e com aquela vista da minha alma vi, acima dos meus olhos interiores e acima do meu espírito, a Luz imutável. Esta não era o brilho vulgar que é visível a todo homem, nem era do mesmo gênero, embora fosse maior. Era como se brilhasse muito mais clara e abrangesse tudo com sua grandeza. Não era nada disso, mas outra coisa muito diferente de todas estas. Essa luz não permanecia sobre o meu espírito como o azeite em cima da água, ou como o céu sobre a terra, mais muito mais elevada, pois ela própria me criou e eu sou-lhe inferior, porque fui criado por ela. E isso não é outra coisa senão a imanência de Deus em nós associada a sua transcendência”. (Livro VII, cap. X) Como também diz: “Onde te encontrarei para conhecer-Te senão em Ti mesmo, acima de mim”.
Para chegar à prova da existência de Deus, Agostinho, em sua obra O Livre Arbítrio, começa com a busca pelo que há de mais nobre no homem. Ele trabalha, em primeiro lugar, com as primeiras intuições do espírito, a saber: o existir, o viver, o entender. O diálogo acontece com a pessoa de Evódio. Não iremos tratar aqui de toda a discussão mas a conclusão dessa primeira parte. O entendimento é o que há de mais excelente no homem como esclarece-nos bem Evódio: “É verdade que a pedra existe e o animal vive. Contudo, ao que me parece a pedra não vive nem o animal entende. Entretanto, estou certíssimo de que o ser que entende possui também a existência e a vida e por isso não hesito em dizer: o ser que possui essas três realidades é melhor que aquele que não possui senão uma ou duas delas” (Livro I, cap. III).
Agostinho funda a evidência desta verdade na existência do próprio sujeito que duvida, abalando assim o ceticismo pela raiz, isto é, pelo mesmo ato que lhe serve de fundamento (o que mais tarde Descartes [séc XVII] vai defender como o cogito ergo sum – penso logo existo).
Esta primeira certeza, segundo Gilson, indica três verdades: visto que o sujeito que pensa não pode pensar sem viver, nem viver sem existir. Ele sabe que pensa, que vive e que existe (História da Filosofia Cristã, p. 154, Vozes).
Em resumo, Agostinho começa a busca pela verdade no próprio íntimo, como podemos ler em sua obra Confissões: “Em seguida aconselhado a voltar a mim mesmo, recolhi-me ao coração, conduzido por Vós. Pude fazê-lo, porque Vos tornastes meu auxílio.
Entrei, e com aquela vista da minha alma vi, acima dos meus olhos interiores e acima do meu espírito, a Luz imutável. Esta não era o brilho vulgar que é visível a todo homem, nem era do mesmo gênero, embora fosse maior. Era como se brilhasse muito mais clara e abrangesse tudo com sua grandeza. Não era nada disso, mas outra coisa muito diferente de todas estas. Essa luz não permanecia sobre o meu espírito como o azeite em cima da água, ou como o céu sobre a terra, mais muito mais elevada, pois ela própria me criou e eu sou-lhe inferior, porque fui criado por ela. E isso não é outra coisa senão a imanência de Deus em nós associada a sua transcendência”. (Livro VII, cap. X) Como também diz: “Onde te encontrarei para conhecer-Te senão em Ti mesmo, acima de mim”.
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