Geografia, perguntado por denis12120, 7 meses atrás

Segundo o sociólogo Boaventura de Souza Santos, os direitos humanos devem ser pensados e entendidos de uma forma mais abrangente. Segundo o autor quais são as limitações do pensamento liberal europeu sobre os direitos humanos e como eles podem ser superados?


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Respondido por dudabragamenezes2010
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Resposta:

Boaventura de Sousa Santos - Esse movimento contra os direitos humanos por parte de uma onda conservadora e reacionária que assola o mundo é dominado por dois fatores. O primeiro é o domínio do capital financeiro, que é antissocial, sobre as outras formas de capital. O capital industrial, por exemplo, é produtivo, envolve o trabalhador. Já o financeiro faz riqueza a partir do dinheiro e basta uma tela de computador. Portanto, é extremamente antissocial. Devido às políticas neoliberais que impediram a tributação de quem mais tem dinheiro para contribuir com as políticas sociais, os estados se endividaram e estão na mão do capital financeiro. O capital financeiro é insaciável e quer extrair cada vez mais renda do Estado, que entra em crise e busca o dinheiro onde pode, isto é, nos grupos mais vulneráveis. Dessa forma, ataca as políticas sociais. Essa direita expressa a ânsia do capital financeiro de extrair rendas do Estado e obrigá-lo a ter uma política antissocial, que, depois, é complementada com uma política repressiva, de criminalização do protesto social. Por outro lado, estamos em um contexto de rivalidade entre a China e os Estados Unidos, e os países estão sendo obrigados a entrar em alinhamento com um ou com o outro. Isso cria a impossibilidade de se desenvolverem políticas democráticas próprias, o que agrava a situação dos direitos humanos, pois eles dependem, para serem aplicáveis, de que haja uma democracia minimamente funcional. As trocas de (Michele) Bachelet por (Sebastian) Piñera (no Chile), de (Cristina) Kirchner por (Mauricio) Macri (na Argentina) e de Lula por Bolsonaro (no Brasil) são uma expressão dessa onda conservadora e reacionária. É uma onda restauracionista, que procura liquidar as conquistas da primeira década do século XXI, na qual a América Latina foi o único continente onde houve redução da pobreza. Neste momento, também há maior risco de essas populações que saíram da pobreza voltarem à pobreza.

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