Segundo o historiador britânico Kenneth Clark, o maior traço de uma grande civilização pode ser observado na arquitetura e nas grandes obras projetadas para resistirem ao tempo. Entretanto, o arqueólogo Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, discorda do ponto de vista de Kenneth Clark, pois acredita que é "difícil avaliar a complexidade de uma civilização apenas pelos vestígios materiais". O arqueólogo é especialista na civilização marajoara que se desenvolveu na ilha de Marajó, onde hoje fica o Estado do Pará, no Brasil, e defende que não pode ser considerada menos avançada uma civilização que não deixou obras arquitetônicas ou grandes monumentos.
Leia a matéria publicada na página Aventuras na História para responder às perguntas abaixo.
De acordo com o ponto de vista do historiador britânico, a sociedade olmeca é considerada uma grande civilização? Por quê?
Qual o ponto de vista do arqueólogo Eduardo Neves acerca da civilização marajoara, que se desenvolveu na ilha de Marajó, no Pará?
Você concorda com o arqueólogo brasileiro? Justifique sua resposta.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Não, ao menos no sentido usado pelo historiador britânico Kenneth Clark, autor do livro e da série da BBC Civilização. Para ele, o maior traço de uma civilização estaria na arquitetura e nas obras de arte projetadas para resistirem ao tempo – prova de uma organização sólida que permitia não se preocupar apenas com o curto prazo. “Se você usar critérios materiais, de fato não foi encontrado até hoje no Brasil nada semelhante ao que foi construído, por exemplo, pelos maias, no México, antes da chegada dos europeus na América”, diz o arqueólogo Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo e estudioso das sociedades do Norte do Brasil.
De acordo com ele, a sociedade pré-colombiana (ou pré-cabralina) com vestígios materiais mais sofisticados no território que hoje é brasileiro é a civilização marajoara, da Ilha de Marajó, no Pará. Lá foram encontrados vestígios de cerâmica sofisticados, aterros artificiais e faixas de terra próprias para a agricultura. Segundo os arqueólogos, a sociedade marajoara teria se desenvolvido entre os séculos 4 e 14 e não era composta por uma única etnia, mas por várias populações. “Ela conseguiu manter uma centralização política no território que sequer existe hoje na região”, diz Eduardo Neves. “Por isso é tão difícil avaliar a complexidade de uma civilização apenas pelos vestígios materiais.”
O arqueólogo lembra que o fato de não terem sido encontradas ainda construções não significa que essa sociedade fosse menos avançada. “A não existência de monumentos de pedra pode significar que a abundância de alimentos na região fez com que essa sociedade atingisse um grau de equilíbrio em que não havia necessidade de outros recursos materiais”, diz o arqueólogo. “Como não tivemos acesso nem à língua deles, dificilmente saberemos quão avançada foi a sociedade.”
Explicação:
espero ter ajudado